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Militares decifram anotações que o guerrilheiro Carlos Marighella guardava

Na análise dos agentes do serviço de informações do Exército, a organização de Marighella provavelmente estava se expandindo para a Região Sul do país

postado em 20/01/2013 07:15

Uma série de papéis apreendidos no carro onde o ex-líder da Ação Libertadora Nacional (ANL) Carlos Marighella foi assassinado, em 1969, revela que o guerrilheiro só se comunicava por códigos e idiomas diferenciados. Os documentos fazem parte dos anexos de um Relatório Especial de Investigação (REI) produzido pelo Centro de Informações do Exército (CIE) 17 dias depois de sua morte. Os militares só conseguiram decifrar parte dos manuscritos, supostamente de Marighella, principalmente os mapas feitos em folhas de caderno.

O relatório, produzido em 21 de novembro de 1969, é assinado pelo general Milton Tavares de Souza, que à época chefiava a CIE. Além das oito páginas em que relata a morte de Marighella, ele anexou os papéis encontrados com o guerrilheiro. A maior parte é composta por manuscritos, muitas vezes utilizando os alfabetos russo e grego, ou em códigos numéricos. Além disso, há vários mapas, sendo que um deles mostra uma ligação de Brasília com cidades de Minas Gerais, como Unaí, Arinos e Paracatu, além de Ribeirão Preto (SP) e São Paulo.

;Parecem esboços de ligações dos centros ou cidades, interligadas por rodovias e onde, provavelmente, existem elementos da organização Marighella;, diz o documento, que foi distribuído para toda a comunidade de informações. A avaliação do CIE foi baseada nos desenhos do guerrilheiro. Outro mapa também localiza vários estados brasileiros. ;Parecem os croquis dos principais centros onde a organização Marighella vem atuando;, descrevem os militares.

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