Politica

CNV contesta tese de suicídio de militante durante a ditadura

Comissão Nacional da Verdade afirma que Eurico Tejera não se matou e foi executado em 1972. Segundo o colegiado, houve adulteração na foto da suposta cena de suicídio

postado em 04/06/2013 08:17
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) confirmou que o laudo da morte do ex-integrante da Ação Libertadora Nacional (ALN) Luiz Eurico Tejera Lisboa, em 1972, em São Paulo, foi alterado pelo governo. Enquanto os exames feitos na época apontavam para suicídio, peritos criminais da CNV encontraram inconsistência nos resultados dos testes. ;Eurico Tejera foi ;suicidado;. Mataram ele. Ele não se suicidou coisa nenhuma;, disse Claudio Fonteles, coordenador do colegiado, por meio de nota publicada ontem.

[SAIBAMAIS]Eurico nasceu em Porto União (SC) e foi líder da União Gaúcha de Estudantes Secundaristas. Processado pela Lei de Segurança Nacional, começou a viver clandestinamente enquanto era parte da ALN. Aos 24 anos, em setembro de 1972, desapareceu. Sete anos depois, o corpo do militante foi encontrado enterrado no cemitério de Perus, em São Paulo, com o nome falso de Nelson Bueno. Uma foto mostra Tejera em um quarto de uma pensão no bairro da Liberdade, na capital paulista. O inquérito policial alega que o militante atirou contra a própria cabeça. No entanto, na avaliação da CNV, ele foi assassinado e a foto que atesta que cena da morte foi montada, da mesma forma como ocorreu com o jornalista Vladimir Herzog, encontrado em uma cena de enforcamento.



Comissão Nacional da Verdade afirma que Eurico Tejera não se matou e foi executado em 1972. Segundo o colegiado, houve adulteração na foto da suposta cena de suicídio

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