Politica

Oposição diz que fazer plebiscito com as eleições pode gerar confusão

O plebiscito pode acontecer em 2014, ano das eleições no país, mas as regras devem valer apenas em 2014

postado em 04/07/2013 15:36
Os partidos de oposição consideraram uma demonstração de que Palácio do Planalto está ;perdido; o anúncio de que o plebiscito sugerido pela presidenta Dilma Rousseff sobre a reforma política será realizado apenas em 2014. Os oposicionistas continuam defendendo o referendo em lugar de plebiscito e acreditam que a consulta popular acompanhada das eleições nacionais, no próximo ano, vai confundir o eleitor.

A decisão do adiamento foi anunciada nesta quinta-feira (4/7), depois de reunião com líderes da Câmara, pelo vice-presidente Michel Temer. Ele reconheceu que não haveria tempo para promover a consulta popular e para o Congresso aprovar as mudanças antes de outubro próximo, para que as novas regras valessem para as próximas eleições. Ele sugeriu que o plebiscito seja feito no segundo turno das eleições do próximo ano.

[SAIBAMAIS]A oposição criticou a proposta. ;Preparar questões para a população responder em 2014 elegendo novos congressistas é uma situação confusa. O mais adequado seria o Congresso Nacional realizar a reforma política e submetê-la ao referendo em 2014 ou anunciar que só se fará a reforma depois das eleições, com um novo Congresso;, disse à Agência Brasil o vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR).



O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), tem opinião parecida. Para o deputado, o Congresso tem que avançar nos temas da reforma política que podem ser consensuais e prever a aplicação para oito anos, para então promover um referendo. ;Essa é a maneira correta de fazer. Empurrar um plebiscito para o ano que vem é mais um factoide. Em 2014, todos vão estar ocupados com a campanha eleitoral;, analisou.

Os líderes do PSDB e do DEM voltaram a criticar a reação do governo em respostas às manifestações populares. ;Fica a impressão de que há um deserto de inteligência no Palácio do Planalto;, ironizou o vice-líder tucano.

Já para Ronaldo Caiado, o governo deveria reconhecer o erro ao tentar transferir para o Parlamento a resposta à crise. ;O que é estranho é a resistência em não admitir o erro e a falha na proposta do Executivo ao Congresso Nacional. Agiu na tese de Pôncio Pilatos, para tentar transferir ao Congresso a demanda da sociedade;, disse Caiado.

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