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Matarazzo será alvo de inquérito sobre caso de propinas da Alstom

O juiz decidiu pela abertura da investigação, após aceitar denúncia contra 11 acusados de participar do esquema de corrupção

postado em 18/02/2014 20:24
A Justiça Federal em São Paulo autorizou a abertura de inquérito policial para investigar se o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) está envolvido em um esquema de corrupção com a empresa Alstom. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), entre 1998 e 2002, representantes da empresa ofereceram cerca de R$ 23,3 milhões, em valores atualizado, para fraudar contratos de manutenção e fornecimento de equipamentos para o sistema elétrico. Na ocasião, Matarazzo era secretário estadual de Energia.

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[SAIBAMAIS]O juiz substituto da 6; Vara Criminal, Marcelo Costenaro Cavali, decidiu pela abertura da investigação, após aceitar denúncia contra 11 acusados de participar do esquema de corrupção. Eles responderão por lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.

Segundo a denúncia, os envolvidos recebiam os valores através de contratos falsos de consultoria. Parte do dinheiro era enviado para o exterior de maneira irregular, especialmente para bancos na Suíça e em Luxemburgo, e trazidos de volta ao Brasil com a ajuda de doleiros. As propinas chegaram a 15% do valor total dos contratos que, à época, somaram R$ 68 milhões.

Na decisão, Cavali ressalta que apesar de não haver indícios suficientes para denunciar Matarazzo, as suspeitas justificam uma apuração dos fatos. ;No que diz respeito especificamente a Angelo Andrea Matarazzo, pessoas submetidas à sua esfera de comando hierárquico foram tidas como beneficiárias de propinas. Além disso, há ao menos indício de que o próprio partido político ao qual é filiado e a própria Secretaria de Energia, dirigida por ele - conquanto em curto espaço de tempo - tenham sido beneficiários de valores indevidos;, destaca o magistrado.

O juiz lembra que o MPF ainda aguarda o envio de documentos pelas autoridades da Suíça. Também serão investigados no novo inquérito Eduardo Bernini, Michel Louis Mignot, Yvez Jaques de La Serre e Patrick Morancy.

O advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende Matarazzo, disse que a abertura da investigação causou ;estupefação;, porque o assunto já foi investigado, sem que tenham sido encontrados indícios que incriminem o vereador. ;O inquérito instaurado não possui nem causa, nem objeto. Com efeito, não se aponta nenhuma suspeita, nem se diz qual a finalidade das investigações;.

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