Politica

Escândalo leva o governo a rifar o petista André Vargas na Câmara

Pressionado pelo PT, André Vargas pede licença de 60 dias do mandato e da vice-presidência da Câmara

Paulo de Tarso Lyra, Naira Trindade
postado em 08/04/2014 07:20
Ao pedir uma licença de 60 dias do mandato parlamentar por conta do envolvimento com o doleiro Alberto Yousseff, o petista André Vargas (PR) sepulta pretensões políticas futuras de presidir a Câmara a partir de 2015. Mais do que isso: perde poder dentro da legenda que milita, não evita uma possível abertura de processo de cassação por quebra de decoro parlamentar nem a investigação do caso pelo Supremo Tribunal Federal. Foi o PT quem entregou a cabeça de Vargas, incomodado com mais uma acusação de corrupção manchando a imagem do partido em ano eleitoral. No Planalto, fica o alívio de ver fora de combate um dos maiores defensores do "Volta, Lula".

Vargas, na tribuna da Câmara na última quarta-feira: Planalto aliviado com a saída de cena de um dos defensores do
Na próxima quinta-feira, a Executiva Nacional do PT reúne-se em São Paulo para analisar a situação de Vargas, que é pressionado inclusive a renunciar ao mandato. "O PT trabalha com a presunção de inocência, mas não convalida esse tipo de relação, se é que ela existe", afirmou o presidente nacional do PT, Rui Falcão, ao sair de uma reunião no Instituto Lula.

[SAIBAMAIS]Será formada uma comissão de três integrantes da Executiva, que poderá convocar Vargas a se explicar. O deputado, que no início de fevereiro aproveitou a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, no Congresso para repetir o punho erguido dos mensaleiros presos, não resistiu à revelação de novos diálogos mostrando a ligação com o doleiro Alberto Yousseff, preso na Operação Lava-Jato.



Em nota divulgada no início da tarde de ontem, Vargas afirmou que "pretende, antes de tudo, preservar a instituição da qual faz parte, a Câmara dos Deputados, enquanto prepara sua defesa diante do massacre midiático que está sofrendo, fruto de vazamento ilegal de informações;. E ressaltou ;não ser alvo de nenhuma investigação". Por enquanto. A Justiça Federal do Paraná decidiu ontem encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) trecho da operação Lava-Jato, desencadeada pela Polícia Federal, que contém diálogos entre o deputado e o doleiro. O parlamentar tem foro privilegiado e só o STF pode autorizar a investigação.

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