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Rui Falcão tenta convencer Vargas a renunciar "para preservar partido"

"A melhor solução para André Vargas é que ele renuncie, mas essa é uma decisão personalíssima. Nenhum partido ou bancada impõe às pessoas a renúncia. Mas é um pedido que temos feito e reiterado a ele, para que reflita e converse", disse o presidente do PT

postado em 23/04/2014 16:11
Rui Falcão:
Depois de reunido por mais de uma hora com parte da bancada do PT na Câmara, o presidente do partido, Rui Falcão, defendeu nesta quarta-feira (23/4) que o ex-vice-presidente da Casa, André Vargas (PR), renuncie ao cargo de deputado. Apesar de reconhecer que há divisão entre os deputados em relação à questão, Rui Falcão negou que tenha vindo à Brasília para pressionar a bancada e garantiu que está usando o "convencimento" para tentar uniformizar uma posição.

;A melhor solução para André Vargas é que ele renuncie, mas essa é uma decisão personalíssima. Nenhum partido ou bancada impõe às pessoas a renúncia. Mas é um pedido que temos feito e reiterado a ele, para que reflita e converse;, disse. ;Tenho o maior respeito pela nossa bancada. Jamais qualquer dirigente do PT se dispôs a enquadrar ninguém. Nossos processos são de convencimento. Nunca de enquadramento;, garantiu Falcão.

[SAIBAMAIS]Rui Falcão deixou claro que o "trabalho de convencimento" vai continuar baseado em, pelo menos, dois argumentos. Segundo ele, um seria a vida pessoal de Vargas, mas Falcão deixou claro que ;o principal argumento é a preservação do partido;, apesar de descartar que haja uma preocupação sobre os reflexos das denúncias na disputa eleitoral deste ano.



Vargas tem mais uma semana para pensar sobre o assunto, já que a reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, que ocorreria ontem (22/4), foi adiada para o dia 29, depois de um pedido de vista.

O parecer do relator do processo disciplinar contra André Vargas, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), chegou a ser lido na sessão. O relator defendeu a continuidade da investigação, para que sejam apuradas as denúncias de tráfico de influência e o recebimento de vantagens indevidas no possível envolvimento do parlamentar paranaense com o doleiro Alberto Youssef.

Para o presidente do PT, caso Vargas renuncie, ;não faria sentido o Conselho de Ética prosseguir qualquer processo diante de um réu que não é mais deputado;. Rui Falcão disse que o conselho tem um poder limitado e lembrou que o colegiado apenas pode propor uma solução entre advertência, suspensão ou expulsão do parlamentar.

Ainda na Câmara, Falcão evitou falar sobre os pedidos de investigação dos negócios da Petrobras e os convites que foram aprovados nas últimas semanas para ouvir autoridades da estatal e do governo a respeito de denúncias envolvendo a empresa.

Alguns requerimentos aprovados hoje em três comissões permanentes da Casa tiveram o apoio de parlamentares da base governista. ;Parlamentares apoiaram convocações para fazer esclarecimentos e evitar a manipulação que vem sendo feita por setores da oposição e parte da mídia monopolizada;, argumentou.

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