Politica

Copa não deve causar aumento da exploração sexual, segundo ministra

De acordo com Ideli Salvatti, a chegada de estrangeiros para o Mundial não deve ser motivo de "pânico"

postado em 27/05/2014 13:58
A ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, disse nesta terça-feira (27/5) que a Copa do Mundo não deve levar ao aumento da exploração sexual de crianças e adolescentes no país. Segundo ela, a expectativa pela chegada de turistas estrangeiros para o Mundial não deve ser motivo de ;pânico;, pois outros eventos do calendário nacional atraem número ainda maior de pessoas de outros países.

[SAIBAMAIS];São eventos que Brasil faz todo ano;, destacou, ao elencar a Parada LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros) em São Paulo, o carnaval em Salvador e no Rio de Janeiro, o réveillon carioca e o Círio de Nazaré, em Belém. ;Precisamos ter clareza que sob alguns aspectos a Copa não tem que ficar causando esse pânico porque o Brasil tem estrutura para dar conta de grandes eventos.;



O assunto foi debatido em um seminário, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, marcado para discutir o impacto das grandes obras na incidência deste tipo de crime. No debate, Ideli Salvatti voltou a destacar resultados do Disque 100 e ações de fortalecimento de conselhos tutelares. A ministra reiterou que serão contratados 25% mais atendentes do Disque 100 para reforçar o serviço no período da Copa. Atualmente, 300 pessoas fazem parte da equipe. Além disso, o governo vai entregar 2 mil equipamentos para fortalecer o trabalho dos 5.933 conselhos tutelares do país.

Ideli Salvatti ressaltou ainda que a população precisa participar dessa rede de proteção, denunciando casos de abuso. ;É um crime difícil de combater porque, na maioria das vezes, ocorrem dentro de casa. A vizinhança e os professores são agentes importantes;, completou.

A presidenta da CPI, deputada Erika Kokay (PT-DF), provocou o debate sobre os casos envolvendo crianças e adolescentes em municípios onde ocorrem grandes obras como o da Hidrelétrica de Santo Antônio, em Porto Velho (RO). Segundo ela, nessas cidades a população masculina quase triplica no período das construções e, em audiências anteriores do colegiado (criado em fevereiro de 2012), foi possível constatar que há relação entre esses empreendimentos e o aumento de registros da prática criminosa.

;Os casos de estupro aumentaram mais de 200% em Santo Antônio. Há um deslocamento das rotas que passam a ter novos destinos com essas obras;, explicou. Erika Kokay informou que a CPI vai propor um marco legal a fim de estabelecer condicionantes para as grandes obras, propondo que os responsáveis se comprometam a fortalecer conselhos tutelares e políticas de proteção de crianças e adolescentes.

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