Politica

Campos alfineta Dilma e molda discurso para agradar empresários

Em sabatina promovida pela CNI, candidato defendeu ser o único capaz de promover reformas e disse esperar o apoio de Lula se chegar ao segundo turno

Paulo de Tarso Lyra
postado em 30/07/2014 12:00
Eduardo Campos:  Enquanto atacou a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB), o candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, fez, na manhã desta quarta-feira (30/7), um galanteio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-governador de Pernambuco participa de sabatina da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

"O Brasil só melhorou quando foi buscar energia renovadora na sociedade. O Brasil construiu a democracia porque esgotou-se, esclerosou-se, a sustentação política que o regime de exceção tinha. (...) Quando o Brasil colocou desigualdade na pauta para mostrar à sociedade que desigualdade, exclusão, trava o desenvolvimento econômico, que política social e inclusão ativa é política econômica sim, num país marcado por desequilíbrios. Só fizemos isso porque veio uma energia renovadora da sociedade, quando elegeu o presidente Lula em 2002", disse Eduardo.

[SAIBAMAIS]

O candidato espera o apoio do ex-presidente Lula num eventual segundo turno entre ele e Aécio Neves - caso a presidente Dilma deixe a eleição no primeiro turno. Eduardo foi aliado de Lula durante sua gestão. Ao mesmo tempo, ele atacou a gestão da petista ao criticar alianças com a "velha política". "O Brasil não aguenta mais quatro anos acompanhado de (José) Sarney, Renan (Calheiros) e (Fernando) Collor", alfinetou, sendo aplaudido pelo público de empresários.

O comentário de Eduardo foi feito em resposta a um empresário que perguntou se ele teria vontade política de mudar a gestão sobre a indústria brasileira. Ele disse que é o único candidato que tem condições de fazer a mudança por representar renovação na política. O partido de Eduardo, o PSB, participou do governo Dilma até setembro do ano passado.


Nesta manhã, Eduardo modulou o discurso para agradar aos representantes do PIB brasileiro. Prometeu ;enviar a reforma tributária ao Congresso na primeira semana de governo;, ;ser o primeiro presidente da República no ciclo democrático que não aumentará a carga tributária;, e até ;discutir a terceirização de serviços;. ;O Brasil precisa, sim, discutir um marco regulatório da terceirização (de serviços), é preciso ter coragem de realizar esse debate. É fundamental que tenhamos um amplo processo de negociação tripartite, para valorizar a negociação coletiva;, disse o candidato.

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