Politica

Aécio desiste de se licenciar do mandato de senador durante campanha

O candidato cogitava se afastar do cargo para se dedicar integralmente à campanha, mas foi desestimulado por colegas no Senado

postado em 06/08/2014 08:35
Aécio chega para encontro na Associação Médica de Brasília: críticas à condução da saúde pública
O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, desistiu nessa terça-feira (5/8) de se licenciar do mandato de senador durante a campanha eleitoral. O tucano decidiu, no entanto, abrir mão da remuneração mensal entre julho e outubro. A estratégia garante a Aécio a estrutura do gabinete e a tribuna do Senado para criticar a gestão da presidente Dilma Rousseff, sua adversária em outubro. Ontem, em encontro com a Associação Médica de Brasília (AMBr), ele acusou a petista de usar ministros como ;marqueteiros; e prometeu uma ;revolução; na saúde.

Aécio cogitava se afastar do cargo para se dedicar integralmente à campanha. Mas foi desestimulado por colegas no Senado, que usaram como argumento um possível enfraquecimento da oposição à gestão petista na Casa. ;Nós, oposição, somos apenas 17% do Senado. E, se eu saísse, acabaria estimulando meus colegas que são candidatos a fazer o mesmo;, explicou Aécio, acrescentando que seu suplente não assumiria o cargo, já que, pelas regras da Casa, isso só ocorre em afastamentos de mais de 120 dias. Aécio devolverá os R$ 26,7 mil mensais até outubro, mas manterá os funcionários no gabinete.

Com a desistência, Aécio garante ainda a chance de poder subir à tribuna para atacar a presidente Dilma. Ontem, no entanto, ele preferiu não se envolver no embate entre governo e oposição sobre denúncias de manipulação nos depoimentos à CPI do Senado. Para o senador José Agripino Maia (DEM-RN), coordenador-geral da campanha de Aécio, a participação do tucano nessa discussão faria com que o PT acusasse a oposição de ;politizar; o assunto. Com ou sem Aécio, esse foi exatamente o discurso do governo na tribuna.



Antes de participar da sessão do Senado, Aécio esteve na AMBr, onde foi muito aplaudido pela categoria, insatisfeita com a condução da presidente Dilma na área, especialmente com o Programa Mais Médicos. No evento, o tucano prometeu criar uma carreira nacional para esses profissionais, caso seja eleito. Indiretamente, ele atacou o Mais Médicos várias vezes no discurso, mas não disse que acabaria com o programa.

Unidades regionais

;Os cubanos têm prazo de validade. Ficarão aqui por três anos. O que eu pretendo é que não haja mais a necessidade de médicos estrangeiros no Brasil. Ao longo do tempo, as nossas políticas, ações, permitirão que essas vagas sejam ocupadas por brasileiros, formados, que passem pelo Revalida;, disse Aécio. O Mais Médicos prevê a permanência de profissionais estrangeiros no país por três anos, prorrogáveis por mais três.

Para área, Aécio prometeu ainda a criação de unidades regionais. ;O nosso programa propõe a criação de cerca de 500 grandes unidades regionais no país de 5,5 mil municípios, onde o cidadão chegue, seja atendido pelo médico, seja encaminhado para o exame e já saia dali com remédios. Vamos fazer verdadeira revolução na saúde pública;, afirmou.

Aos médicos, o senador disse ainda que não fará marketing em sua gestão. ;O meu governo não estará preocupado com marcas, com slogans. No meu governo, não terá os ministros mais importantes atuando como marqueteiros do governo. O que eu quero é resultado. O PAC é um conjunto de investimentos, alguns iniciados, alguns poucos concluídos, e grande parte deles pelo meio do caminho, abandonados;, declarou, em referência à presença de ministros de Dilma em eventos de campanha.

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