Politica

Marina enfrentará conflitos em alianças estaduais para ganhar apoio do PSB

A ex-parlamentar será obrigada a aceitar alianças feitas pelo companheiro de chapa em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Mato Grosso para ganhar apoio

postado em 18/08/2014 09:32
Marina ao lado da viúva de Eduardo, Renata Campos, durante velório

A ex-senadora Marina Silva tem pela frente a semana mais importante de sua vida na política. A ex-parlamentar, vice na chapa de Eduardo Campos (PSB) na disputa pela Presidência da República, será obrigada a aceitar alianças feitas pelo companheiro de chapa ; morto na última quarta-feira em acidente de avião no litoral paulista ; com as quais não concordou em três estados brasileiros, entre eles São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente o primeiro e o terceiro colégio eleitoral do país. Caso contrário, corre o risco de não ter apoio dentro do próprio PSB para levar adiante a candidatura do partido. Marina será confirmada oficialmente como a substituta de Campos na disputa pelo Palácio do Planalto, na quarta-feira.

O principal embaraço da ex-senadora é em São Paulo. Marina não aceitou o acordo costurado por Eduardo que colocou o deputado estadual Márcio França (PSB) como vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) na eleição para o Palácio dos Bandeirantes. Marina se recusava, inclusive, a participar de qualquer ato de campanha em que Eduardo e Alckmin apareceriam juntos. Para a ex-senadora, os tucanos não têm condições de contribuir para a renovação na política nacional. A distância mantida por Marina do PSDB já havia ficado evidente nas eleições municipais de 2012. O tucano Aécio Neves, que apoiou a reeleição de Marcio Lacerda (PSB) para prefeito de Belo Horizonte, tentou atrair a ex-parlamentar para a campanha do aliado, com a gravação de mensagem de apoio. Marina, no entanto, recusou o convite. Nas eleições presidenciais de 2010, Marina venceu Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) no primeiro turno em Belo Horizonte.

A avaliação que a ex-parlamentar faz do PSDB é a mesma que ostenta em relação ao PT. O posicionamento fez com que Marina fosse contra o acordo fechado pelo PSB no Rio de Janeiro. No estado, o deputado federal Romário (PSB) disputa vaga no Senado na chapa de Lindberg Farias (PT), que concorre ao Palácio das Laranjeiras. O Rio de Janeiro é estratégico nas contas de aliados de Marina. Em 2010, a então candidata à Presidência pelo PV conseguiu 32% dos votos, índice bem superior ao resultado nacional alcançado pela ex-parlamentar, de 19,3%.



No Mato Grosso, o principal entrave é em relação aos ruralistas, com os quais Eduardo Campos fechou acordo para que o PSB apoiasse Pedro Taques (PDT) na disputa estadual. Marina, no entanto, nunca teve bom relacionamento com representantes do agronegócio. O representante da Rede ; partido que a ex-parlamentar tenta montar, mas que não recebeu o registro da Justiça Eleitoral a tempo de disputar as eleições de 2014 ;, Eron Cabral, garante que o quadro não se altera com a morte de Campos. No entanto, o prefeito de Lucas do Rio Verde, um dos polos do agronegócio no Mato Grosso, deixa claro não haver clima entre empresários do setor e Marina. No Paraná, outro estado com destaque na produção agrícola, a ex-parlamentar foi contra a união do PSB com o tucano Beto Richa (PSDB), que disputa a reeleição. A ex-senadora sempre deixou clara a preferência pelo senador Roberto Requião (PMDB), que está em segundo lugar nas pesquisas, atrás do tucano.

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