Politica

Empresário do sul da Bahia diz "estranhar" acusações contra deputado Argôlo

Testemunha apresentada pela defesa do deputado diz que "não havia necessidade de corrupção para (Argôlo) enriquecer"

postado em 02/09/2014 14:00

Luiz Argôlo é investigado por envolvimento no esquema do doleiro Youssef

Convidado pela defesa do deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA), o empresário de Itabuna, no sul da Bahia, Josias Miguel dos Santos negou hoje (2) conhecer o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Ele disse que aceitou depor no Conselho de Ética da Câmara por ter relações de amizade com o deputado e sua família.

;Conhecemos a família e temos certeza de que não havia necessidade de CPI [comissão parlamentar de inquérito]. [Ele] nasceu em berço de ouro e não havia necessidade de corrupção para se enriquecer;, disse ao declarar que a família de Argôlo há anos tem avião, fazenda e gado.

Santos disse que é dono de uma produtora de áudio e vídeo e de propriedade rural na Bahia e se declarou apenas apoiador político do deputado na Bahia. ;Me causou estranheza que ele estivesse envolvimento com coisas ilícitas em Brasília;, acrescentou.

O empresário disse que nunca ocupou um cargo no gabinete do parlamentar em Brasília, mas admitiu que, antes de 2010, exerceu algumas funções no gabinete de Argôlo na Bahia, quando o político ocupou uma cadeira de deputado estadual.

[SAIBAMAIS]

Luiz Argôlo é investigado por quebra de decoro parlamentar em função das denúncias de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef. O advogado de defesa de Argôlo confirmou que o parlamentar vai depor amanhã, às 14h. Pela manhã, o colegiado deve ouvir novamente a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef. No último dia 13, Meire Bonfim Poza confirmou ao conselho que o doleiro e o parlamentar eram sócios na empresa Malga Engenharia e mantinham uma relação de amizade.

A ex-contadora contou ainda que Argôlo recebeu dinheiro por mais de uma vez do doleiro e explicou que algumas transações bancárias para envio de dinheiro ao parlamentar foram feitas em nome de pessoas ligadas ao deputado, mas nunca para a conta de Luiz Argôlo.

Denúncias divulgadas pela revista Veja e pelo jornal Folha de S.Paulo mostraram a troca de mensagens entre Argôlo e Youssef tratando de uma transferência de R$ 120 mil para a conta do chefe de gabinete do parlamentar, Vanilton Bezerra, e de doação de gado para Argôlo.

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