Politica

Candidatos cobram apuração de denúncia de ex-diretor da Petrobras preso

Em campanha na cidade de São Paulo, a candidata à reeleição pelo PT, presidenta Dilma Rousseff, disse hoje (6) que precisa de dados oficiais para tomar providências cabíveis e não adotará medidas com base em especulação

postado em 06/09/2014 19:11
Candidatos à Presidência da República defenderam hoje (6) apuração sobre a notícia de envolvimento de parlamentares, ex-governadores e ministros em esquema de propina na Petrobras. De acordo com reportagem da revista Veja, divulgada neste fim de semana, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato, citou em depoimento à Polícia Federal nomes de parlamentares, ministros e ex-governadores que teriam recebido propina em negócios da petrolífera com outras empresas. O ex-diretor, conforme a revista, aceitou um acordo de delação premiada. Ele está preso sob a acusação de participar de um esquema de lavagem de dinheiro coordenado pelo doleiro Alberto Youssef. Em campanha na cidade de São Paulo, a candidata à reeleição pelo PT, presidenta Dilma Rousseff, disse hoje (6) que precisa de dados oficiais para tomar providências cabíveis e não adotará medidas com base em especulação. [SAIBAMAIS]%u201CPrecisamos de dados oficiais a respeito dessa questão. A própria revista que anuncia esse fato diz que o processo está criptografado, guardado dentro de um cofre e que irá para o Supremo. Eu gostaria de saber direitinho quais são as informações prestadas nessas condições e asseguro que tomarei todas as providências cabíveis, mas não com base em especulações%u201D, disse a presidenta, ao ser questionada por um jornalista, antes de participar de um encontro com mulheres. Em Presidente Prudente, no interior paulista, o candidato Aécio Neves (PSDB) cobrou apuração do caso e punição para os envolvidos. %u201CÉ muito importante que essas investigações sejam aprofundadas, que os responsáveis por esses desvios sejam punidos, mas o fato concreto é que durante todos os últimos nove anos, o mensalão continuou a existir nesse governo. Agora, financiado pela nossa principal empresa pública, a Petrobras%u201D, disse, conforme entrevista divulgada pela assessoria do candidato, que participou de encontro com lideranças do Pontal do Paranapanema. Em atividade de campanha em Brumado, no interior da Bahia, a candidata Marina Silva (PSB) defendeu Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e então candidato pelo partido, que teria sido citado pelo ex-diretor, de acordo com a reportagem. Ela também defendeu apuração do caso. %u201CO fato de ter um empreendimento da Petrobras feito no seu estado não dá o direito de colocá-lo em uma lista dos que cometeram qualquer irregularidade. Nesse momento, todo o Brasil e todos nós aguardamos as investigações que estão sendo feitas dos desmandos da Petrobras, que estão ameaçando o futuro da empresa, o futuro do pré-sal. O atual governo tem que se explicar da má governança que fez na Petrobras, levando essa empresa, que sempre foi exitosa e respeitada dentro e fora do Brasil a quase que uma total falência%u201D Já no Rio de Janeiro, a candidata Luciana Genro (PSOL) também cobrou investigação. %u201CÉ possível que seja de fato verdade. Nós sabemos que há uma relação promíscua entre os partidos, as empresas privadas e as estatais. Os políticos dos partidos tradicionais se utilizaram das empresas públicas como a Petrobras para fazer negócios, receber propinas e defender interesses privados. Evidentemente que isso precisa ser muito bem investigado%u201D, disse a candidata, durante caminhada pela Feira do Lavradio, local que reúne grande número de vendedores de artesanato, no centro da cidade. Segundo a revista, no depoimento, o ex-diretor mencionou o nome do senador Romero Jucá (PMDB-RR), como um dos envolvidos no esquema. Em nota, o senador Romero Jucá nega ter recebido %u201Cqualquer contribuição de campanha e quaisquer outros recursos por meio do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa%u201D. De acordo com o senador, o relacionamento dele com o ex-diretor %u201Csempre foi institucional%u201D. %u201CTodas as doações de campanha foram feitas respeitando a legislação e estão disponíveis para consulta%u201D, diz a nota. De acordo com a reportagem, o ex-diretor disse ainda aos policiais que o secretário nacional de Finanças do PT, João Vaccari Neto, atuava como intermediário do partido no esquema. Em nota divulgada hoje (6), o partido diz que %u201Cé absolutamente mentirosa a declaração de que tenha havido qualquer tratativa, seja pessoal, por e-mail ou mesmo telefônica, com o referido senhor a respeito de doações financeiras ou qualquer outro assunto. Vaccari Neto nunca esteve na sede da Petrobras. Ele não visita empresas estatais, pois são proibidas por lei de fazer doações eleitorais%u201D, acrescentando que as prestações de contas do partido são regularmente apresentadas aos órgãos fiscalizadores.

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