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CNV pode pedir condução coercitiva para militar que se negou a depor

Convocado a depor, o oficial da reserva José Conegundes mandando uma mensagem à CNV dizendo que não colaboraria com "o inimigo"

postado em 10/09/2014 08:28
O coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari, disse que caso o comportamento do oficial da reserva José Conegundes que, entre outros, se negou a depor não se amparar em laudos médicos, entrará com pedido de condução coercitiva (meio conferido à autoridade para fazer comparecer aquele que injustificadamente desatendeu a sua intimação). ;Foi uma infração disciplinar e nós queremos que o Ministério [da Defesa e das Forças Armadas] apure se é um problema de saúde. Se ficar evidente que é uma questão meramente disciplinar, eles serão convocados novamente. Aí vamos pedir a condução coercitiva;, disse à Agência Brasil.

[SAIBAMAIS]

Convocado a depor, o oficial da reserva José Conegundes mandando uma mensagem à CNV dizendo que não colaboraria com ;o inimigo;. Para Dallari, os militares de hoje pagam pela falta de colaboração daqueles que já estão na reserva e poderiam contribuir mais com a comissão revelando detalhes sobre a ditadura militar.

Dallari reconheceu, contudo, que a relação da comissão com o Ministério da Defesa e das Forças Armadas tem melhorado. Como exemplo, ele citou a recente entrega da ;folha de alteração; de 114 militares por parte do ministério. A folha de alterações é ;um documento preciso;, que registra, passo a passo, toda a trajetória funcional de um militar. Por meio dela, é possível documentar, por exemplo, datas de diárias e de passagens, ou mesmo atos e sessões das quais participaram os militares. Assim é possível saber se eles estavam nos locais onde, segundo testemunhas, teriam cometido os crimes.

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Na noite de ontem Dallari, participou do programa Espaço Público, da TV Brasil. No programa, ele disse, entre outras coisas, que um dos principais trabalhos da comissão é desnaturalizar a tortura, que ainda é praticada no Brasil.

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