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"Não recebi e não paguei", diz Dilma Rousseff sobre bolsa banqueiro

Presidente volta a dizer que seus adversários querem a autonomia do Banco Central para tomar medidas impopulares

postado em 10/09/2014 17:01
A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, voltou a criticar hoje a proposta da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, de autonomia do Banco Central, com a suposta inferência de que a socialista governaria com os banqueiros. Ela também esclareceu que, quando disse ontem, em Minas Gerais, que não criou bolsa banqueiro, ela estava relacionando a questão às taxas de juros.

"A pergunta pra mim foi se eu criei uma bolsa banqueiro e estava se referindo às taxas de juros. Eu quero responder literalmente o que eu queria dizer. Eu não criei bolsa banqueiro e também nunca recebi bolsa banqueiro. Não recebi e não paguei. São duas coisas. Eu não recebi e não paguei", frisou.

[SAIBAMAIS]Com uma tabela em mãos, a presidente disse que hoje o país tem as menores taxas de juros reais. "Se você ver de 1995 a 2002, a taxa foi 17%, de 2003 a 2010 foi 8,2%, a média de 2011 a 2014 foi 3,3%. Eu acho que é uma questao de dados, de compreensão dos acontecimentos, nós não achamos necessário a autonomia do Banco Central", disse.

Na opinião dela, cada setor nesse país merece ser escutado, ouvido, ter seus interesses considerados como legítimos. "Agora entre isso e eu achar que os bancos podem ser aqueles que garantem a política monetária fiscal tem uma diferença", pontuou.

As declarações de Dilma rebatem as críticas de Marina. Ontem, a candidata socialista disse que Dilma criou o bolsa banqueiro. "Ela disse que ia ganhar, vai baixar os juros, e nunca os banqueiros ganharam tanto quanto no seu governo. E agora, eles que fizeram a bolsa empresário, a bolsa banqueiro, a bolsa juros altos, estão querendo nos acusar, de forma injusta, nos seus programas de TV e rádio", acusou Marina.

Para a presidente, é preciso que se avalie a situação de crise internacional que o país enfrenta hoje. "Nós não desempregamos, não reduzimos salários, não reduzimos direitos sociais, não paramos de investir. Eles (países afetados pela crise) desempregaram, reduziram direitos sociais e pararam de investir. Estão numa política, chamada de austeridade, estão numa situação de grande problema. Lá não é só baixo crescimento como nós. É baixo crescimento com desemprego de jovens", disse.

Segundo a presidente, a medida adotadas por esses países seriam repetidas no Brasil pelos outros candidatos. "Me parece que o que estão querendo aplicar aqui não está dando certo no mundo, que é uma política recessiva aberta, nós seguramos essa crise mantendo o investimento", afirmou.



Entre as medidas adotadas no seu governo contra essa maré internacional, a presidente destacou os investimentos em concessões de rodovias e em transporte público de massa. "Esse povo da autonomia do Banco Central quer o modelo anterior, quer fazer um baita ajuste, um baita superávit primário, aumentar os juros para danar, reduzir o emprego e reduzir salário. Porque emprego e salário não aumentam a produtividade, segundo eles. Eu sou contra isso", justificou.

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