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Discussão sobre autonomia do Banco Central esquenta a campanha eleitoral

Com Dilma e Marina discutindo a autonomia do BC, o sindicato nacional dos funcionários do órgão defende a liberdade total de trabalho da instituição, enquanto Alexandre Tombini nega interferência do governo

Paulo de Tarso Lyra, Vicente Nunes
postado em 13/09/2014 06:02

Alvo de tiroteio intenso entre as duas principais concorrentes ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB), o debate em torno da autonomia do Banco Central ganhou dois capítulos. O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) divulgou uma nota defendendo as autonomias operacional, financeira e administrativa da instituição, contrariando o discurso da presidente Dilma Rousseff. Internamente, o atual presidente do BC, Alexandre Tombini, tem dito a interlocutores e amigos que, sem autonomia, ninguém da atual diretoria permaneceria um dia sequer no cargo.

[SAIBAMAIS]Marina assumiu a bandeira da autonomia total do Banco Central. A ideia já havia sido levantada por Eduardo Campos durante a fase da pré-campanha. A socialista, no dia em que foi efetivada como candidata a presidente, lembrou que essa era uma discussão interna ; sobre a qual ela tinha alguma resistência ;, mas que, como o ex-governador de Pernambuco resolveu antecipar a proposta para acalmar os mercados, ela não teve como recuar da ideia.

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Diante dessa posição da adversária, Dilma Rousseff intensificou os ataques, sobretudo nas recentes propagandas eleitorais, afirmando que Marina quer entregar a condução da política monetária para os bancos e, que isso, significaria menos recursos para os programas sociais do governo. De quebra, aproveitou-se da proximidade de Marina com Neca Setúbal, uma das responsáveis pelo programa de governo do PSB, herdeira do grupo Itaú e grande colaboradora do instituto fundado pela candidata, para dizer que a socialista ;é sustentada por banqueiros;. Defendeu apenas a autonomia operacional da instituição.

O presidente regional do Sinal no Distrito Federal, Max Meira, acrescenta que, quando a presidente Dilma fala que um BC independente significaria entregar a política monetária aos banqueiros e tiraria a capacidade de controle sobre possíveis atos ilícitos na instituição, ela está desrespeitando um quadro técnico competente e que foi elogiado pela condução do seu trabalho durante a crise de 2008. ;O Banco Central precisa ter autonomia para definir a política de juros do Copom. Pelo modelo atual, quando os juros sobem, é culpa dos bancos. Quando eles caem, é pressão dos políticos;, afirmou.

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