Politica

Juiz homologa primeira delação premiada da Operação Lava-Jato

Na semana passada, o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa foi solto após colaborar com as investigações

Naira Trindade
postado em 24/09/2014 15:51
Após revelar que os bancos eram ;coniventes; com a situação das empresas de fachadas, o operador de câmbio Luccas Pace Júnior conseguiu nesta quarta-feira (24/9) a homologação do acordo de delação premiada pelo juiz Sérgio Fernando Moro. No despacho, o juiz alega que o operador foi acusado de prática de crimes financeiros, de lavagem de dinheiro e de associação criminosa pela subrdinação a suposta doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama.

;Foi celebrado entre ele, devidamente assistido pelo defensor, e o MPF acordo de colaboração premiada;, diz trecho do documento. ;O acordo foi apresentado a este Juízo em 23/09/2014 e homologado judicialmente na presente data;, constou do despacho. O texto não traz nenhuma possibilidade de redução de pena com o acordo de colaboração. acusou quatro bancos de serem ;coniventes; com as fraudes comandadas pela doleira Nelma Kodama.




Luccas Pace pode ser o quarto preso a passar informações para ajudar a formar o quebra-cabeça da Operação Lava-Jato. ;O banco é conivente na movimentação financeira, porque se a mesma empresa, que não tem sede, que não tem radar, que não tem funcionários, movimenta no dia um valor (cerca de R$ 300 mil por dia) que na verdade ela não teria condições de movimentar no mês, o banco também sabe o que está acontecendo;, afirmou em um suposto acordo de delação premiada.

Na lista de Luccas Pace constam Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander. Em dois episódios diferentes relatados em 16 de setembro por Pace, que é ex-funcionário de banco, citou a participação do gerente do Banco do Brasil, Rinaldo Gonçalves de Carvalho. Ontem, o Banco do Brasil informou que demitiu o funcionário por ;justa causa. ;O Banco do Brasil afirma que cumpre integralmente a legislação em vigor e adota controles rigorosos de prevenção e combate à lavagem de dinheiro. Repudiamos qualquer insinuação de conivência com os delitos investigados e informamos que o funcionário citado foi demitido do Banco do Brasil, por justa causa;, dizia a nota.

O Banco do Brasil informou também que ;apurações internas sobre sua conduta foram repassadas às autoridades responsáveis pela investigação;. Já os bancos Itaú, Bradesco e Santander alegaram, por meio de notas, que não comentam investigações em curso. ;O Santander informa que não se manifesta em casos que estão sob o exame da justiça. O banco esclarece que cumpre rigorosamente as normas locais e internacionais de Compliance estabelecidas e avaliadas, periodicamente, pelos reguladores;.

Na semana passada, o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa foi solto após colaborar com as investigações. Acusado de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, Carlos estava preso desde março. A defesa alegou que o advogado decidiu colaborar sem acordo garantia de redução da pena. Ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa também detalha tudo que sabe aos investigadores desde 29 de agosto. O advogado do doleiro Alberto Youssef deixou o caso nesta terça-feira após o cliente fazer decidir fazer acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação