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Na Suíça, procuradores tentam trazer US$ 23 milhões desviados da Petrobras

A maior esperança da força-tarefa é obter os US$ 23 milhões que Paulo Roberto diz ter recebido da construtora Odebrecht como propina %u2014 a empreiteira nega os pagamentos

postado em 25/11/2014 07:37
Atrás de tentar trazer de volta ao Brasil, pelo menos, US$ 23 milhões desviados da Petrobras, procuradores da força-tarefa da Operação Lava-Lato desembarcam hoje na Suíça. Lá, eles vão se encontrar com autoridades do Ministério Público local. Será uma ;diligência geral; nas palavras do procurador da República Deltan Dallagnol, que, ao lado do colega Orlando Martello, vai buscar documentos e checar a existência de contas bancárias do ex-diretor de Serviços e Engenharia Renato Duque e do lobista Fernando Baiano, que atua para o PMDB de acordo com o ex-diretor de Abastecimento e Refino Paulo Roberto Costa.



[SAIBAMAIS]Como mostrou o Correio na sexta-feira, delatores indicaram a existência de pelo menos US$ 189 milhões (R$ 482 milhões na cotação de ontem) no exterior em contas de Paulo Roberto, Duque, Baiano e do ex-gerente de Serviços Pedro Barusco. Entretanto, isso não quer dizer que todo o valor será obtido logo. A maior esperança da força-tarefa é obter os US$ 23 milhões que Paulo Roberto diz ter recebido da construtora Odebrecht como propina ; a empreiteira nega os pagamentos. Isso porque ele fez acordo de delação premiada já homologado pelo Supremo Tribunal Federal em que autoriza a transferência desse dinheiro de volta para o Brasil. A conta bancária específica para esse objetivo já foi criada. ;A gente vai trazer já. Se tudo der certo, daqui a uma semana a gente tem novidade;, disse Deltan ao explicar a viagem.

Quanto aos demais personagens, o processo é mais longo. O objetivo é ao menos identificar as contas e obter documentos sobre elas. Uma das contas que será procurada é a do executivo da Toyo Setal Júlio Gerin Camargo. Ele também fez acordo de delação premiada e passou a denunciar outros participantes do cartel da Petrobras e funcionários e operadores que, segundo o executivo, receberam propinas.

Parte dos documentos não poderá ser trazida ao Brasil e usada como prova na Operação Lava-Jato. Os procuradores do Ministério Público na Suíça não aceitam compartilhar provas com rapidez. É preciso fazer um processo mais lento e burocrático. Mas Deltan explicou que a viagem não será perdida. Mesmo sem cópias anexadas ao processo criminal, a informação terá utilidade para a Polícia Federal e a procuradoria. ;Se a pessoa não falar que tem conta lá, eu vou saber que ela está mentindo.; (EM)

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