Politica

Lava-Jato: MP denunciará delator e cinco empreiteiras por corrupção

Valor bloqueado pela Justiça em contas e investimentos de suspeitos passa dos R$ 100 milhões

Eduardo Militão
postado em 26/11/2014 06:07
Movimentação dos presos na sétima fase da operação, na Polícia Federal: dinheiro retido na conta dos envolvidos deve ser devolvido aos cofres públicos

O Ministério Público acusa-rá ao menos cinco empreiteiras, por crimes como lavagem de dinheiro e organização criminosa, e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, por corrupção. As construtoras Camargo Corrêa, OAS, Engevix, Galvão Engenharia e Mendes Júnior farão parte da denúncia a ser apresentada até o recesso do Natal como fruto da sétima fase da Operação Lava-Jato. ;Vamos para cima das empreiteiras;, explicou ao Correio o procurador da força-tarefa do Ministério Público Carlos Fernando dos Santos Lima. Até o momento, já foram bloqueados R$ 100,3 milhões em ativos e investimentos das contas de 16 envolvidos e de três empresas. Ontem, Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal informaram à 13; Vara Federal o bloqueio de quase R$ 19 milhões.

De acordo com Carlos Fernando, os documentos apreendidos, as transferências bancárias, os contratos utilizados como defesa pelos empresários e os depoimentos em delação premiada formam um conjunto de provas consistente. Segundo Paulo Roberto, os contratos da Petrobras eram superfaturados em 3% por um cartel de construtoras para bancar uma rede de propinas para políticos e partidos como PT, PMDB e PP.

Parte das empreiteiras mencionadas, como a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, nega. Outras, como a Mendes Júnior e a Galvão, confirmam o pagamento de propinas. Entretanto, alegam que só fizeram por causa de extorsão feita por Paulo Roberto e Alberto Youssef. O Ministério Público não aceita a justificativa. ;Não há extorsão. Há corrupção. Havia um cartel;, comentou Carlos Fernando.

A denúncia utilizará elementos do primeiro processo que corre na 13; Vara Federal de Curitiba, quando o MPF denunciou Paulo Roberto Costa, Youssef e os executivos da Sanko Sider ; fornecedora da Camargo Corrêa, empreiteira que escapou da acusação. Agora, ela entrará na denúncia. O procurador acrescenta que Youssef e Costa serão interrogados novamente. Na noite de ontem, o doleiro prestou mais uma oitiva em delação premiada, que será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolver políticos com foro privilegiado, como deputados e senadores. Para Carlos Fernando, os testemunhos do doleiro devem se encerrar nesta semana.

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