Politica

PF tenta prender irmãos do ministro da Agricultura

postado em 27/11/2014 14:16
A Polícia Federal tenta prender, nesta quinta-feira (27/11), dois irmãos do ministro da Agricultura, Neri Geller, na Operação Terra Prometida. Deflagrada na manhã de hoje, a ação quer desarticular "organização criminosa responsável por fraudes na concessão de lotes destinados à reforma agrária". De acordo com a PF, a estimativa é que mil lotes da União estejam em situação ilegal.

Os irmãos do ministro - Milton e Odair - ainda não foram encontrados pela polícia, que apura a participação dos dois no esquema. Segundo a PF, o prejuízo aos cofres públicos pode alcançar R$ 1 bilhão.

Cerca de 350 policiais federais tentam cumprir 227 mandados judiciais: 52 de prisão preventiva, 146 de busca e apreensão, além de 29 medidas proibitivas. Os mandados estão sendo cumpridos no Mato Grosso (nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Nova Mutum, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Itanhangá, Ipiranga do Norte, Sorriso, Tapurah e Campo Verde), Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Entre os alvos há oito servidores públicos. Estima-se que 80 fazendeiros estejam envolvidos no esquema.

"A investigação apurou que o grupo criminoso, formado por fazendeiros, empresários e grupos do agronegócio, procurava obter uma verdadeira ;reconcentração fundiária; de terras da União que haviam sido destinadas à reforma agrária. Com ações ardilosas, uso da força física e até de armas, compravam a baixo preço ou invadiam essas áreas", diz a nota da Polícia Federal.



De acordo com a PF, para a manutenção do comércio ilegal e reconcentração de terras da reforma agrária a organização criminosa usou documentos falsos, ações de vistoria simuladas, termos de desistência fraudados e dados inverídicos incluídos no Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária (SIPRA/INCRA).

Os investigados responderão, na medida de suas responsabilidades, por crimes de invasão de terras da União, contra o meio ambiente, falsidade documental, estelionato e corrupção ativa e passiva. As penas podem chegar a até 12 anos de reclusão.

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