Politica

Duque tornou efetiva a ação de "clube", diz delator

O chamado "clube" de empreiteiras foi criado no final dos anos 1990, mas só em 2004, a partir de uma relação melhor com o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, os resultados passaram a ser percebidos

Eduardo Militão
postado em 04/12/2014 11:25
O executivo da ToyoSetal Augusto Ribeiro de Mendonça Neto ; que disse ter negociado até R$ 60 milhões em propinas ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque ; disse que o ex-funcionário indicado pelo PT deu um impulso ao cartel de empreiteiras que agia na estatal. Segundo afirmou em delação premiada à Polícia Federal, o chamado ;clube; de empreiteiras foi criado no final dos anos 1990, mas só em 2004, a partir de uma relação melhor com Duque, os resultados passaram a ser percebidos.

[SAIBAMAIS] O objetivo era que ;as empresas convidadas para cada certame fossem a indicadas pelo ;clube;;. E deu certo, segundo Mendonça. ;O resultado desses acordos passou a ser muito mais efetivo;, disse ele, em depoimento em 29 de outubro, ao delegado Felipe Hayashi, em um dos inquéritos da Operação Lava-jato.

O cartel era coordenado pelo executivo da UTC Ricardo Pessoa. Participavam do clube 16 empresas, mas o ;clube vip; era formado pelas maiores e mais influentes: Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, OAS e UTC.

As listas de empresas que deveriam indicar eram entregues a Duque em papéis manuscritos, de acordo com o depoimento de Augusto Mendonça.

No final de 2010 e início de 2011, o clube começa a perder fôlego. As empresas passam a cobrar preços altos demais e a Petrobras começa a rejeitá-los. Outro motivo é a saída de Duque da empresa. ;O esquema das empresas passou a ser ineficaz e também houve a saída de Renato Duque;, informou Mendonça.

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