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À PF, Cerveró diz que "mantinha certa relação de amizade" com lobista

Em depoimento, ex-dirigente da estatal diz que Fernando Baiano, suspeito de ser o operador do PMDB no esquema, transitava em pelo menos três diretorias da empresa, inclusive uma comandada, na época, por Graça Foster

Naira Trindade
postado em 16/01/2015 06:03

Fernando Baiano é conduzido por policiais: PMDB refuta qualquer relação com o lobista

O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse ontem, em depoimento de cerca de três horas à Polícia Federal, que ;mantinha certa relação de amizade; com o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. De acordo com delatores da Operação Lava-Jato, Baiano era o operador do PMDB no esquema de pagamento de propina por empreiteiras a políticos para obterem contratos com a Petrobras. Cerveró negou ter recebido qualquer vantagem para viabilizar negócios na petrolífera.

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Réu em um dos processos da Lava-Jato, o ex-diretor foi preso na madrugada de quarta-feira, sob acusação de que tentava ocultar patrimônio obtido ilegalmente. Ele está na mesma cela de Baiano, em Curitiba. De acordo com o advogado Beno Brandão, que acompanhou o depoimento de Cerveró, ele não se negou a responder a nenhuma pergunta e pediu, espontaneamente, para explicar uma aquisição de sondas feita sem licitação pela Petrobras (leia mais na página 3).

Sobre Baiano, Cerveró disse que o conheceu em 2000, quando ocupava o cargo de gerente executivo de Energia da petrolífera. Na época, segundo ele, o lobista representava empresas espanholas no ramo de energia térmica. Ele diz que só se lembra do nome de uma delas: Union Fenosa. Ainda de acordo com Cerveró, naquele período, foi fechado um contrato com essa empresa. Ele diz não se lembrar do valor, mas comentou que ;não foi significativo;.

[SAIBAMAIS]Cerveró disse ainda que Baiano continuou a frequentar a Petrobras, inclusive outras diretorias. Citou, como exemplos, a de Abastecimento e a de Gás e Energia. A primeira era comandada por Paulo Roberto Costa, um dos delatores da Lava-Jato, entre 2004 e 2012; a segunda, por Ildo Sauer entre 2003 e 2007, e pela hoje presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, entre 2007 e 2012.

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