postado em 05/03/2015 18:45
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, convocou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (5/3) para repudiar afirmações de que o governo tenha colocado ou tirado nomes na lista enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal, sobre a operação Lava-Jato.;A nossa presença se deve à manifestação de repúdio a afirmações feitas por parlamentares da oposição no sentido de que autoridades do governo tenham agido para incluir ou retirar nomes da lista apresentados pelo PGR, no bojo da operação lava jato. É inaceitável este tipo de afirmação;, disse, sem citar nomes.
Ontem, no dia seguinte à entrega da lista ao STF, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) sugeriu que o governo havia interferido na lista apresentada pelo PGR. ;Foram infrutíferas as tentativas do governo de envolver a oposição na investigação;, disse o senador, em entrevista ao Estado de São Paulo.
O ex-candidato à Presidência da República estaria na relação de nomes de Janot, que, por sua vez, pediu ao STF para não abrir inquérito contra o senador. ;Vejo algumas pessoas comemorando arquivamentos que não sei se efetivamente ocorreram. Se comemoram antes de algo que efetivamente acontece, tem que explicar;, afirmou Cardozo.
O ministro criticou vazamentos da investigação e disse que não comentaria a presença de nomes na lista antes de ter acesso ao material que está no STF. ;Eu não comemoro ou lamento informações sem ter ciência.; Ele também criticou as afirmações feitas por ;retórica política; de ;pessoas que tentam se esconder por traz da verdade;. ;O governo conhece muito claramente o campo das suas atuações. E é por isso que posso afirmar que, se no passado, governos agiam dessa maneira, não nos meçam por regras antigas pelo que já foi;, disse.
Cardozo disse que jamais influenciaria no trabalho do Ministério Público e afirmou que nunca sequer foi procurado para interferir na investigação. "As pessoas sabem com quem falam." Ele ainda afirmou que não cabe a ele comentar a atitude do presidente do Senado Federal Renan Calheiros de devolver a Medida Provisória que revê as desonerações das folhas de pagamento.