Politica

Especialistas debatem sobre os protestos

Presença de pessoas na rua, contra ou a favor do governo, é um fenômeno recente, mas já estabelecido no país

Paulo de Tarso Lyra
postado em 15/03/2015 08:07

Carlos Melo, do Insper:

Especialistas ouvidos pelo Correio destacam a disposição das pessoas para ir às ruas expor as insatisfações com o governo, mas ressaltam que as mudanças reais para o país virão pela melhoria na qualidade do debate político no país e por uma repactuação da agenda brasileira para que o Brasil supere a atual crise política e econômica. Na lógica de acadêmicos, existem razões para os brasileiros irem para a rua hoje.

;Existem motivos que se originam tanto na frustração de parte do eleitorado com a apertada vitória da presidente Dilma quanto com a recente deterioração do quadro econômico, particularmente o aumento de combustíveis e a inflação;, destacou Michael Mohallem, professor de direito da Fundação Getulio Vargas (FGV-RJ). ;A presença das pessoas nas ruas parece ser uma novidade que veio para ficar no Brasil. A leitura desses episódios não deve ser superdimensionada como se isso fosse um princípio de revolução social;, completou Michael.

Acima de tudo, a palavra de ordem é contra a abertura de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. ;O impeachment não é instrumento para remediar insatisfação com a condução da política. O voto, sim. É do sistema presidencialista a estabilidade do mandado. A não ser que houvesse a possibilidade do recall ou que surjam condições jurídicas excepcionais que justifiquem o impeachment, o que não existem neste momento.;

Já o professor de ciência política do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) Carlos Melo acha que a multiplicidade de queixas expressas na convocação feita pelas oposições pode ofuscar a praticidade dos atos. ;Eles estão reclamando exatamente do quê? Querem o impeachment, mais empregos, combater a corrupção, a volta do regime militar? Isso pode dificultar a efetivação de resultados concretos no pós-manifestação;, defendeu Melo. Ele ressalva que a análise não desmerece, em nada, o teor das manifestações populares.

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