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Ministro Cid Gomes ataca base aliada no Congresso: "larguem o osso"

Após reafirmar ataques a deputados em plenário, o ministro deixou o governo; Eduardo Cunha anunciou a demissão de Gomes no fim da tarde

postado em 18/03/2015 17:28

O ministro acredita que partidos da base tem o dever de apoiar as decisões do governo, senão devem

Em meio ao clima tenso entre o govenro da presidente Dilma Rousseff e a base, o ministro da Educação, Cid Gomes, reforçou no Plenário da Câmara dos Deputados que há entre 300 e 400 deputados ;achacadores;, para quem ;quanto pior, melhor;. Ele dirigiu as críticas à base e chegou a apontar para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ao se referir a parlamentares que deveriam apoiar o Executivo. ;Partidos de situação têm o dever de ser situação ou então ;larguem o osso;, saiam do governo, vão para a oposição;, afirmou. No final da tarde, Cunha anunciou a demissão de Cid Gomes, após ser comunicado por Aloizio Mercadante.

Mais cedo, em resposta aos ataques, o deputado Leonardo Picciani (PMDB/RJ), líder do partido, afirmou que Gomes desrespeitou as regras de convivência democrática e perdeu as condições de continuar no cargo. Ele afirmou que a base existe, mas ;não é cega; e não concorda com tudo que vem do governo. ;Não reconheço autoridade em vossa excelência para criticar parlamento brasileiro;, afirmou Picciani a Gomes.

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O ministro veio explicar declaração feita durante uma visita à Universidade Federal do Pará, quando afirmou que ;tem lá [no Congresso] uns 400 deputados, 300 deputados que, quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas;. A visita estava agendada para quarta-feira passada, mas o ministro não pôde comparecer por estar internado no Hospital Sírio Libanês com suspeita de pneumonia.

Segundo Gomes, a frase foi dita em reunião a portas fechadas no gabiente da reitoria da universidade, em resposta a estudantes que contestavam medidas recentes do governo, como o corte de R$ 7 bilhões no orçamento da Educação e as restrições ao Fundo de Financiamento Estudantil. Ele explicou que tecnicamente, não havia corte, uma vez que o orçamento de 2015 ainda não havia sido votado pelo Legislativo. Os jovens afirmaram que se o governo quisesse, já havia aprovado, e ele respondeu que ;infelizmente na Câmara tem cerca de 400, foi tão despretensiosamente que imediatamente disse que 300 que para eles quanto pior melhor;.

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