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CGU divulga áudio com depoimento de ex-funcionário da holandesa SBM

A CGU reafirma que a documentação apresentada pelo ex-funcionário da SBM não foi utilizada no momento da conclusão do processo, pois havia indícios de que os documentos poderiam ter sido obtido por meios ilícitos

postado em 19/04/2015 18:39
A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou neste domingo (19) áudio com a íntegra de uma conversa entre funcionários do órgão e o ex-diretor da SBM Offshore, Jonathan David Taylor. A empresa holandesa é alvo de processo punitivo por indícios de corrupção envolvendo a Petrobras. O depoimento de Taylor ocorreu em outubro de 2014, após contato feito pelo ex-diretor, alegando ter elementos que poderiam contribuir com as investigações.

[SAIBAMAIS]Em nota à imprensa, a CGU reafirma que a documentação apresentada pelo ex-funcionário da SBM não foi utilizada no momento da conclusão do processo, pois havia indícios de que os documentos poderiam ter sido obtido por meios ilícitos, o que poderia contaminar toda a investigação.

A divulgação é desdobramento dos fatos da última semana, quando, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Jonathan Taylor disse que entregou documentos à CGU em agosto e que a investigação terminou após o período eleitoral para ;proteger o PT e a presidenta Dilma;. O órgão alega que o processo começou em abril do ano passado e que as ações continuaram sendo divulgadas independentemente do calendário eleitoral.

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Nova reportagem da Folha neste domingo (19) exibe trecho do áudio em que Taylor afirma aos funcionários da CGU que as propinas da SBM foram pagas pessoalmente a servidores da Petrobras. De acordo com a CGU, no entanto, os materiais entregues pelo ex-diretor não continham elementos que indicassem ilícitos envolvendo funcionários da SBM e da estatal brasileira. O áudio divulgado na internet revela, conforme a CGU, que Taylor afirmou nunca ter visto as transferências de recursos a agentes públicos da Petrobras.

De acordo com o veículo, a afirmação de Taylor era desconhecida até então pelos funcionários da CGU, o que indicaria uma ;contribuição mais decisiva; do ex-diretor para as investigações. O órgão confirma que encontrou dificuldades para receber informações do Ministério Público da Holanda, mas acrescenta que, embora importantes, elas não foram indispensáveis para a sua atuação.

;Até o momento, o volume de informações supera o tamanho de 12 terabytes [terabyte é medida de informação, usada na informática, equivalente a cerca de 1,1 bilhão de bytes]. A complexidade e a dimensão dos trabalhos resultaram na atuação coordenada com o envolvimento de quatro áreas da CGU (Correição, Auditoria, Cooperação Internacional e Inteligência). Todo esse trabalho se deu paralelamente ao levantamento e à análise de informações no Brasil. A CGU não esperou, em nenhum momento, pelas informações estrangeiras para começar a agir;, diz a nota.

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