Politica

Governo inicia nomeações para estatais e bancos

Negociações estão a cargo de Michel Temer e devem acirrar a crise entre PT e PMDB

Paulo de Tarso Lyra
postado em 26/04/2015 08:00

Após retornar de Lisboa, o vice-presidente Michel Temer vai acelerar, a partir desta semana, a divisão dos cargos no segundo e terceiro escalões. Dos 22,6 mil cargos comissionados do governo federal, cerca de 4,8 mil ; aqueles com os salários mais altos ; são destinados às negociações políticas. A equação é complexa, mas, financeiramente, vantajosa. Em 2015, as estatais terão investimentos previstos de R$ 105,5 bilhões. Um número atraente, mesmo diante da possibilidade de contingenciamento para que o governo cumpra as metas de ajuste fiscal.

E o ajuste anda mais próximo desta negociação do que se imagina. As conversas terão de ganhar um ritmo acelerado ao longo da próxima semana, para que o governo consiga a fidelidade da base aliada no Congresso para aprovar, ao longo do próximo mês, as duas medidas provisórias que alteram direitos trabalhistas e previdenciários ; as primeiras do pacote econômico feito pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e que perdem validade em 1; de junho, se não forem votadas pelo Congresso.

Temer, auxiliado por Eliseu Padilha (ministro da Secretaria Nacional de Aviação Civil) e Ricardo Berzoini (ministro das Comunicações), terá de superar outro desafio. O processo de distribuição dos cargos aos aliados costuma ser modorrento no governo Dilma Rousseff. A presidente, pouco afeita às conversas políticas, demora a tomar decisões.

Para se ter uma ideia, nas agências reguladoras, dos 26 cargos de diretoria, 10 estão sendo ocupados de maneira interina ou estão, simplesmente, vagos. Nos tribunais superiores também existem vagas à espera de nomeação. Dilma ainda tornou-se mais cautelosa após a Operação Lava-Jato, já que as denúncias de corrupção na Petrobras, apesar de envolverem diretores ; Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque ; de carreira, mostram que esses foram apadrinhados por políticos e legendas partidárias, e serviram como instrumento de financiamento eleitoral suspeito para candidatos de diversas agremiações.

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