Politica

Após derrotas, líder de governo tenta recompor a base aliada na Câmara

Em reunião, os líderes determinaram que os partidos devem buscar consenso, mas preservando as linhas ideológicas

Naira Trindade
postado em 27/04/2015 15:06
Após sofrer derrotas em propostas aprovadas com o apoio de integrantes da base aliada na Câmara, o líder de governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), convocou os líderes para uma reunião na manhã desta segunda-feira (27/4) para discutir as próximas pautas e passos que os deputados deverão tomar na Câmara. Entre os temas, o projeto sobre biodiversidade que está como primeiro item da pauta de terça-feira (28/4).

;A principal lição que tiramos é que é necessário um afinamento maior entre a base e o governo e entre o governo e os movimentos sociais. Portanto, ficam as lições, evidentemente preservando todas as linhas ideológicas dos partidos. O conselho que os líderes me deram é: quando tiver matéria que divide a base, deixem os partidos dialogarem para buscar um consenso. Aquilo que dividir a base nós vamos fazer um esforço para evitar que o governo assuma um lado. Essa foi uma conclusão tirada da reunião;, explicou.

Na semana passada, apesar de ter sido curta ; começou na quarta-feira e acabou na quinta à tarde ; as aprovações da terceirização, no plenário, e da redução de ministérios, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), impuseram ao governo uma necessidade de se recompor com os parlamentares da Casa afim de não enfrentar futuras dificuldades.

Na apreciação do projeto sobre terceirização, que amplia a forma de contratação para atividades-fim de empresas do setor privado, 11 dos 17 partidos que compõem a base tiveram parlamentares que traíram a orientação do governo. O número demonstra que 60% dos aliados não estão tão alinhados com o pensamento defendido pela presidente Dilma Rousseff e por deputados petistas.

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A batalha travada ao longo de semanas sobre a redução para 20 ministérios na Esplanada, discutida na Comissão de Constituição e Justiça, também revelou a sensibilidade entre as legendas coligadas. De autoria do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a PEC 299/13 travou embates entre os dois maiores partidos da base do governo, o PT e o PMDB. Porém, por um placar apertado (34 a 31), a proposta recebeu admissibilidade na quarta e seguirá para análise do mérito em comissão especial.

Para Guimarães, as derrotas resultaram de ;erros de todos os lados;. ;Tem erros de todos os lados, de todas as partes do processo de negociação. O que nós temos que fazer daqui para frente é discutir a pauta, por isso que a reunião demorou. Nós discutimos a questão to projeto de biodiversidade, texto que vem do Senado. E considero que foi uma reunião boa.;

;Vou ter reuniões com o vice-presidente Michel Temer e com os ministros de articulação política Eliseu Padilha e (Ricardo) Berzoini ainda hoje para discutir os pleitos das bancadas. Definiram uma reunião do PT e PMDB para discutir os passos entre os dois partidos e depois o vice-presidente vai receber o líderes das bancadas para poder pacificar todas as bancadas;, admitiu Guimarães.

O líder avisou também que após a reunião de ministros de sábado, a presidente Dilma Rousseff vai lançar um pacote de infraestrutura que deve envolver R$ 150 bilhões para obras de concessões do governo.

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