Politica

Coordenador do cartel da Petrobras silencia perante juiz

icardo Ribeiro Pessoa negocia delação premiada há meses e é acusado de pagar propinas. %u201CEstamos coletando provas%u201D, diz advogado

Eduardo Militão
postado em 04/05/2015 17:01
O presidente da UTC Engenharia, Ricardo Ribeiro Pessoa, ficou em silêncio na tarde desta segunda-feira (6/4) diante do juiz da 13; Vara Federal de Curitiba, Sérgio Fernado Moro. Ele é acusado de pagar propinas para obter contratos superfaturados na Petrobras, valores que seriam destinados a funcionários da estatal e a políticos. De acordo com o executivo da Setal, Augusto Mendonça, Pessoa coordenado o cartel de empreiteiras que loteava licitações na petroleira.

O advogado do executivo, Alberto Zacharias Toron, disse ao Correio que a decisão foi baseada em informações que a defesa ainda está providenciando. ;Estamos coletando provas e entendemos que agora não era o momento de falar;, resumiu. Na semana passada, quando Pessoa foi solto da prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Toron afirmou que as negociações por uma delação premiada continuam com o Ministério Público.



As várias rodadas, no entanto, não se concretizaram ainda. Parte das declarações de Pessoa deveria ser homologada no STF, por mencionarem políticos com foro privilegiado, como deputados e senadores. Os investigadores da Operação Lava-Jato aguardam as informações do executivo com expectativa e desconfiança. Isso porque algumas vezes ele não trouxe, nem em conversas informais, os dados dos quais disporia de acordo com notícias publicadas na imprensa.

Hoje, a Justiça Federal tomou o depoimento de outros executivos acusados de pagar propina. São eles: o presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, o vice-presidente da empreiteira, Eduardo Leite, e o presidente do conselho de Administração, João Ricardo Auler. Os dois primeiros fecharam acordo de delação premiada. Leite admitiu que a empresa pagou R$ 110 milhões em subornos para obter contratos na Petrobras.

Ainda vão prestar depoimentos o dono da MO Consultoria, Waldomiro de Oliveira, cuja firma foi usada para lavar dinheiro do esquema, segundo o Ministério Público, e Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte. A Polícia Federal o acusa de ser transportador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef.

A Justiça ainda marcou para hoje o depoimento do policial federal Jayme Alves, o ;Careca;. Até então, ele estava foragido da Justiça. Em depoimento à PF, ele admitiu que transportava dinheiro para Youssef. Chegou a dizer que repassou R$ 1 milhão para o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG). O tucano negou a acusação.

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