Politica

MPs de 21 países destacam importância da população no combate a corrupção

Crimes de colarinho branco roubam o equivalente a 5% do PIB mundial por ano

postado em 24/05/2015 08:03
Presos na Operação Lava-Jato: deflagrada em março de 2014, a ação descortinou um megaesquema de corrupção

Os ecos da Operação Lava-Jato, maior esquema de corrupção já investigado no Brasil, aliado a casos similares em países vizinhos, como Argentina, Bolívia e Chile, levaram os ministérios públicos de 21 países a organizarem uma ação conjunta contra a prática. A intenção da Associação Ibero-Americana de Ministérios Públicos (Aiamp) é atrair a população desses países para fechar o cerco contra o crime, responsável por desvios anuais de US$ 2,6 trilhões, segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A soma é equivalente a mais de 5% do PIB mundial.

A partir de amanhã, os ministérios públicos dos 21 países membros da Aiamp lançam a campanha ;Corrupção Não!” em toda a América Latina. O foco é mobilizar jovens de 16 a 33 anos contra os crimes de colarinho branco. Segundo o Pnud, os desvios de recursos públicos são o maior obstáculo ao desenvolvimento econômico e social no mundo. Na tarefa de tentar reverter os estragos promovidos pelos desmandos na gestão pública, somente na Operação Lava-Jato, foram recuperados R$ 579 milhões. Outros R$ 1,04 bilhões foram bloqueados em território nacional, e R$ 942 milhões, no exterior. A cifra, no entanto, é pequena perto do que escorreu pelos ralos da Petrobras. A estimativa é de que toda a engrenagem tenha movimentado mais de R$ 10 bilhões.



Considerando os casos de improbidade administrativa, foram instaurados 6.118 procedimentos de investigação neste ano. O número equivale a mais do que a metade dos 11.405 abertos no ano passado. Quanto às ações civis públicas, que consistem no processo judicial em si, o MPF propôs 300 neste ano, diante de 2.002 em 2014. Em março, o Ministério Público enviou ao Congresso Nacional 10 sugestões de mudanças legislativas de enfrentamento à corrupção. As propostas incluem criminalização do enriquecimento ilícito de servidores públicos, reforma no sistema de prescrição penal e prisão preventiva para assegurar devolução de dinheiro desviado.

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