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Votação do financiamento privado será questionada no Supremo

Grupo de Parlamentares planeja mandado de segurança para suspender votação que aprovou em 1º turno a inclusão do financiamento privado na Constituição

postado em 28/05/2015 16:19

Câmara retoma a votação da reforma política

Um grupo de deputados contrários à inclusão do financiamento empresarial de campanhas irá contestar no Supremo Tribunal Federal (STF) a votação realizada na noite de ontem (27). Na ocasião, o plenário da Câmara aprovou uma emenda de autoria do deputado Celso Russomano (PRB-SP), incluindo na Constituição as doações de empresas aos partidos políticos, e de cidadãos aos candidatos individuais. O mandado de segurança deverá ter assinaturas de deputados do PSOL, do PT, do PCdoB e do PPS, entre outras legendas que votaram contra inclusão.

;Nós do PSOL vamos entrar todos. Nossa obstrução (na quarta 27) foi já nesse sentido. Nós não quisemos legitimar nem a votação. É uma contestação não só do mérito, mas também de método;, disse ao Correio o líder do PSOL, Chico Alencar. Entre outros pontos, os parlamentares irão questionar o fato de uma emenda de teor parecido ter sido rejeitada na noite de terça. Também será questionado o fato da emenda de Russomano não ter recebido a quantidade mínima de assinaturas de parlamentares para ser apreciada. Alencar chegou a dizer que a emenda foi feita ;nas coxas;, por Russomano, de forma improvisada.

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Segundo apurou o Correio, Cunha e aliados passaram a manhã e a tarde de quarta ;trabalhando; o voto de vários parlamentares em relação ao financiamento privado, com ligações e propostas de acordo em outros temas da reforma política. Ao todo, 71 parlamentares mudaram o voto entre as votações de terça e quarta.

O próprio Russomano, líder do PRB, havia votado contra o financiamento privado na madrugada de terça. ;A gente também era contra o financiamento de empresas. Entendemos que o financiamento tem que ser de pessoa física, tanto para o candidato quanto para o partido, mas foi o que a gente conseguiu avançar. A gente avança na democracia ao acabar com essa relação entre candidato e empresa;, disse Russomano à reportagem. Ele também disse que irá defender limites mais rígidos para as doações, na fase de regulamentação da PEC. ;A nosa atitude foi de conciliação. É assim que se constrói democracia, com cada um cedendo um pouco;, disse Russomano.

Para Eduardo Cunha, a mudança de opinião dos parlamentares ocorreu porque há diferença entre as duas propostas. ;Era outra tese. A tese que foi votada na terça feira era a de recursos de empresas para candidatos e partidos. A da ontem era de recursos de empresas só para partidos. Teve mais apoio e passou;. Cunha também disse concordar pessoalmente com a tese de Russomano.


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