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Após ataque de Eduardo Cunha, presidente da OAB defende pesquisa

Presidente da OAB ignorou provocação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. %u201CAs ideias devem brigar, não as pessoas%u201D, disse em nota

postado em 07/07/2015 17:26

O presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coelho, e o Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, ignorou a provocação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre a entidade. Ontem, Cunha reagiu à divulgação de uma pesquisa da entidade sobre o financiamento privado de campanha com duras críticas à OAB. O deputado carioca disse que a entidade é ;um cartel; e que ;não tem credibilidade;. Elaborado pelo Instituto Datafolha a pedido da OAB, o levantamento mostra que 74% dos brasileiros são contra o financiamento privado das campanhas eleitorais. Outros 79% acreditam que as doações de empresas privadas a partidos políticos contribuem para a corrupção. Em nota divulgada na manhã de hoje, Coêlho disse que ;As ideias devem brigar, não as pessoas. As instituições devem se respeitar;. Ele também defendeu a credibilidade da pesquisa.

"A pesquisa é do Datafolha. Ela revelou os números, com a credibilidade que é detentora. As ideias devem brigar, não as pessoas. As instituições devem se respeitar. O debate de ideias e a divergência de opiniões são próprias de uma democracia. Ofensas e desacatos não vão mudar os números da opinião pública;, disse Coêlho, em nota. O financiamento empresarial de campanhas voltará a ser discutido essa semana, durante a votação do 2; turno da PEC da reforma política. No primeiro turno de votações, a Casa decidiu incluir na Constituição a possibilidade de que as empresas façam doações para partidos, mas não para candidatos.

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Defensor do financiamento empresarial de campanhas, Cunha questionou ontem a pesquisa do Datafolha. ;Eu não vi essa pesquisa, e tem que ver exatamente como ela foi perguntada. Eu já vi pesquisas dizendo o contrário, que a população é contra o financiamento público. Não contra o privado. E isso em pesquisas recentes, de vários institutos. Pelo que eu vi até agora, ninguém da população quer gastar o dinheiro da saúde, da educação, para colocar em campanha política. Não vi uma pesquisa que dissesse isso. Vou ver qual o grau de legitimidade dessa pesquisa;, disse o peemedebista.

;A OAB não tem muita credibilidade já há muito tempo. As minhas críticas à OAB são constantes. Aliás, o presidente da OAB (Marcus Vinicius Furtado Coêlho), que criticou na semana passada a maioridade penal, se você pegar os panfletos de campanha do (deputado) Alessandro Molon (PT) no Rio de Janeiro, ele faz parte dos panfletos. Ele é um agente do Molon, um apoiador do Molon;, acrescentou ele.

;A credibilidade deles (OAB), que não tem eleição direta, que não prestam contas, como autarquia que eles são; esse roubo que é o Exame da Ordem; a OAB é um cartel eleito por eleição indireta, que movimenta bilhões sem fiscalização. A OAB tem que ser questionada em vários pontos. Ela precisa ser mais transparente;, afirmou o presidente da Câmara. O fim do exame da OAB, obrigatório para o exercício da advocacia, é uma tradicional bandeira eleitoral de Cunha.

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