Politica

Empresário era o ''turquinho'', diz doleiro

Eduardo Militão
postado em 07/02/2016 20:00
Não é a primeira vez que Frank Abubakir, baiano e acionista de uma empresa sócia da Petrobras, aparece ligado ao ex-ministro e ex-deputado Mário Negromonte (PP-BA). Em 2014, ele afirmou ter sido pressionado pelo doleiro Alberto Youssef e o falecido ex-líder do PP José Janene (PR) a pagar propinas para fechar a criação da Quattor, sociedade entre a Petrobras e a sua firma, a Unipar Carbocloro. A Lava-Jato encontrou pelo menos R$ 812 mil em pagamentos da Unipar nas contas de empresas de fachadas controladas pelo doleiro. Em delação premiada, Youssef disse que Abubakir era o ;turquinho;, um empresário ligado a Negromonte que fez um total de R$ 9 milhões em repasses para suas firmas fictícias.

Mas o doleiro afirma que, na criação da Quattor, o ex-ministro ganhou bem mais. Negromonte obteve aproximadamente R$ 12 milhões em propina, segundo Youssef. Ele afirma que o caso era tratado por Janene em 2005, mas ex-ministro ;teria atravessado; a operação para receber comissão. Anos depois, a Quattor foi comprada pela Braskem, sociedade entre a Odebrecht e a Petrobras.

O advogado do ex-minisro, Carlos Fauaze, avalia que a afirmação sequer tem lógica. ;Seria muita ilação achar que o Mário Negromonte pudesse simplesmente atravessar um negócio de Janene;, disse. Ele acrescenta que as declarações não possuem provas que as confirmem.

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