Politica

Maioria em comissão se coloca abertamente a favor do impeachment

Em uma contagem preliminar apurada pelo Correio, 31 parlamentares devem votar a favor do impeachment, diante de 26 a favor e 8 ainda indefinidos

Taís Braga
postado em 18/03/2016 07:11
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Para inflar ainda mais a crise na qual o governo está imerso, a Câmara dos Deputados instalou a Comissão Especial destinada à análise do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Pouco depois da criação do colegiado, na tarde de ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), avisou que o processo será ;célere;. Como presidente e relator da Comissão, estão dois aliados do peemedebista, responsável por deflagrar o processo de impedimento: o líder do PSD, Rogério Rosso, e do PTB, Jovair Arantes, respectivamente. A mandatária foi notificada da abertura e tem prazo 10 sessões ordinárias no plenário para apresentar a defesa.

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[SAIBAMAIS]A indicação dos nomes do presidente e do relator apareceu após reunião de quase duas horas entre líderes. Os deputados não eram a preferência do Planalto, mas, diante da situação em que o governo se encontra, a base cedeu, em acordo com a oposição. Na avaliação de auxiliares do Planalto, os dois federais são aliados de Cunha, contudo, conversam com o Executivo; portanto, moderados. ;É uma construção que integra dois partidos da base. Apostamos na confiança que nós temos, que eles farão um trabalho sério, não serão instrumento de ninguém, mas da estabilidade política;, apontou o líder do governo da Câmara, José Guimarães.

Oposicionistas levaram bandeiras do Brasil e cartões vermelhos com a palavra



Além de Jovair e Rosso, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) ficou com a primeira vice-presidência; Maurício Quintella (PR-AL) com a segunda; e Fernando Filho (PSB-PE), a terceira. A escolha do trio se tornou motivo de confusão e questionamentos pelos líderes da Rede e do Psol. ;O acordo foi feito com Cunha. O Psol não reconhece o Eduardo Cunha. O partido vai se abster nessa a eleição;, criticou o líder da sigla, Ivan Valente. Durante o surgimento da Comissão, os ânimos no Plenário mais uma vez se acirraram. Oposicionistas portavam adereços com as cores brasileiras e cartões vermelhos com a palavra impeachment. Eles cantaram o Hino Nacional e o da Independência. Governistas retrucaram com gritos de ;Golpistas; e ;Não vai ter golpe;.

Dos 65 integrantes titulares da Comissão, a maioria se coloca abertamente a favor do afastamento, embora os representantes da coordenação política de Dilma acreditem que seja possível conquistar ou reverter alguns votos durante o processo. Em uma contagem preliminar apurada pelo Correio, 31 parlamentares devem votar a favor do impeachment, diante de 26 a favor e 8 ainda indefinidos (Leia quadro abaixo). A tarefa, no entanto, não será fácil, já que parlamentares devem seguir a orientação do partido, aliados, e, principalmente, a população. Entre os partidos representados, apenas o PT e o PSDB têm a unanimidade dos votos ; 8 contra e 6 a favor. Os representantes do PMDB, a maior bancada na Câmara, estão divididos, mas a maioria deve votar contra o impeachment. Os parlamentares acreditam que processo será uma oportunidade para a consolidação e o crescimento de pequenos e novos partidos. Único representando do PTN na Comissão, o deputado baiano Bacelar, por exemplo, preferiu não se pronunciar sobre a posição, mas o seu desempenho definirá o futuro dos 12 integrantes do partido, que triplicou a bancada nos últimos meses.

Em uma contagem preliminar apurada pelo Correio, 31 parlamentares devem votar a favor do impeachment, diante de 26 a favor e 8 ainda indefinidos

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