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Para Dilma, Temer queria "tornar obscura" a transparência no governo

Em evento na Universidade de Brasília, presidente afastada disse ainda que o processo de impeachment, chamado por ela de "golpe", teve o objetivo de barrar a Operação Lava-Jato e as políticas de inclusão social

postado em 30/05/2016 22:03
A presidente afastada Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (30/05) achar ;interessante; mais um ministro do governo interino de Michel Temer ser afastado. A petista afirmou ainda acreditar que Temer queria ;tornar obscura; a transparência ao mudar o nome da Controladoria Geral da União (CGU) para Ministério da Transparência e que o golpe tem dois motivos: ;Um é parar a Lava-Jato, o outro é impedir que nós continuemos com nossa política de inclusão social;, afirmou.

[SAIBAMAIS];Diziam que meu governo era culpado de tudo e mais um pouco. E, hoje, é interessante assinalar que o segundo ministro interino e provisório se afasta. É interessante. Nós nunca tivemos um ministro controlador geral da União afastado. Nunca. Nunca tivemos. Nunca o ministro da CGU deixou de fazer a sua função, que é a transparência do governo;, afirmou Dilma.

No início da noite, o ministro da Transparência, Fabiano Silveira, pediu demissão, após flagrado em conversas com o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em que critica a Lava-Jato e orienta os investigados da operação. Os áudios foram divulgados pelo Fantástico. Na última terça-feira, o ex- ministro do Planejamento Romero Jucá também acabou exonerado depois de ser flaragrado em áudios sugerindo um pacto para barrar a Lava-Jato.

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Dilma disse que os ;golpistas; estão deixando claro as motivações do afastamento e brincou com a troca de nome da pasta, de CGU para Ministério da Transparência. ;Achei muito estranho que eles tivessem olhado o ministro da CGU e transformado em Ministério da TransparÊncia. Primeiro eu pensei, deve ser uma jogada de marketing. Hoje, eu acredito que era tornar obscura a transparência. Isso caracteriza o momento em que estamos;, disse.

A uma plateia formada principalmente por estudantes, Dilma disse que o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, continua vivo, e que o governo interino de Temer é conservador e provocará retrocessos em políticas sociais. ;O grave para nós é que e um governo de homens brancos, velhos ricos. Isso está claro na visão que tem sobre a presença das mulheres no primeiro escalão;, afirmou. A presidente participou do lançamento do livro ;Resistência ao golpe de 2016;, em um auditório na Universidade de Brasília (UnB), conhecido como Beijódromo. A petista foi bastante aclamada. ""Este é um golpe que se torna diferente porque ele não interrompe o processo democrático, ele desgasta, corrói o processo democrático. É como se fosse um parasita que vem dentro desse processo isolar e vem transformar esse momento democrático que o Brasil vive", afirmou a presidente, que falou durante meia-hora."

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