postado em 07/07/2016 06:41
O PT percebeu, ainda que de maneira tardia, que o discurso de que a presidente Dilma Rousseff foi vítima de um golpe é bom como manifesto histórico, mas pouco eficiente para tentar virar votos favoráveis ao impeachment no Senado Federal. Por isso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou ontem em Brasília para um jantar com senadores de diversos partidos em busca de um novo discurso. ;Nossa intenção, agora, é centrar esforços mais na governança do que nas garantias democráticas;, disse um cacique do PT ao Correio.[SAIBAMAIS]Na prática, o que os petistas querem apresentar a partir de agora é: se Dilma, porventura, escapar da consumação do impeachment, que rumos ela dará ao país, sobretudo à economia? Neste novo contexto, volta a ter supremacia a figura do ex-presidente. Lula já tinha jogado a toalha ao perceber que, mesmo com os índices de aprovação baixos do governo Temer, a rejeição à presidente afastada era enorme. ;O povo não quer a Dilma de volta;, lamentou ele a correligionários.
Mas o ex-presidente foi pressionado pelos movimentos sociais e pelo próprio PT, assustados com a perda de base social da esquerda, a tirar o pijama. No novo discurso econômico, o PT quer convencer a presidente Dilma a adotar um modelo menos perverso na relação com o capital privado, mas não tão generoso com os investidores externos, a exemplo do atual governo interino, que permitirá investimentos maciços nas companhias aéreas e na exploração do pré-sal, por exemplo.
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