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Defesa da filha de ex-presidente da Eletronuclear considera sentença dura

Ana Cristina e outros 12 réus foram condenados na ação penal que investiga crimes cometidos na construção da usina nuclear de Angra 3, um desdobramento da Operação Lava Jato

Agência Estado
postado em 04/08/2016 19:20
A defesa de Ana Cristina da Silva Toniolo, filha do ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, considerou "duríssima" e "fora dos padrões" a sentença dada na última quarta-feira (3/8), pelo juiz da 7; Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas. Ana Cristina e outros 12 réus foram condenados na ação penal que investiga crimes cometidos na construção da usina nuclear de Angra 3, um desdobramento da Operação Lava Jato.

[SAIBAMAIS]O ex-presidente da Eletronuclear recebeu a maior pena: 43 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, embaraço a investigações, evasão de divisas e organização criminosa. A filha do vice-almirante da Marinha, por sua vez, foi condenada a 14 anos e 10 meses.


"Se considerarmos as condenações da Operação Lava-Jato, a sentença foi extremamente rígida, especialmente no caso de Othon Vamos recorrer", disse a advogada Ana Beatriz Saguas, que representa Ana Cristina.

O Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, ainda não obteve retorno da defesa do vice-almirante. Othon foi acusado pelo Ministério Público Federal de cobrar propina em contratos com as empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix. Ele foi um dos alvos da 16.; fase da Operação Lava-Jato, batizada de Radioatividade, que avançou sobre irregularidades em contratos no setor elétrico.

A defesa de José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix, reafirmou a inocência do engenheiro. O advogado Carlos Kauffmann informou que também irá recorrer "por não concordar com a análise de provas realizadas". Sobrinho recebeu a segunda maior pena, de 21 anos e 10 meses.

Já o advogado Juliano Breda, que representa Otávio Marques de Azevedo, presidente afastado da Andrade Gutierrez, e o ex-diretor da empreiteira Flávio Barra, destacou que os seus clientes estão cumprindo "rigorosamente" o acordo fechado com a Procuradoria Geral da República, "dizendo a verdade de todos os fatos".

"A defesa vai avaliar a sentença para ver se está em linha com as condições fixadas no acordo e avaliar se é necessária apelação. Azevedo teve perdão de 15 anos. Ele foi condenado a sete anos e quatro meses de reclusão. Para Flávio Barra, diretor da empreiteira, a pena definida foi de seis anos e 10 meses. Sem a delação teria de cumprir 20 anos e 6 meses.

A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa dos outros condenados.

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