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Coligação liderada pelo PTB declara apoio ao PSDB em Porto Alegre

O tucano concorre com o atual vice-prefeito da cidade, Sebastião Melo (PMDB), que somou 25,93%

Agência Estado
postado em 07/10/2016 15:16

A coligação encabeçada pelo PTB no primeiro turno da eleição à prefeitura de Porto Alegre oficializou nesta sexta-feira (7/10), o apoio à candidatura do deputado federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB), que no último domingo (2/10), teve 29,84% dos votos.

[SAIBAMAIS]O tucano concorre com o atual vice-prefeito da cidade, Sebastião Melo (PMDB), que somou 25,93%. Os petebistas foram muito assediados pelos dois lados e a decisão era aguardada com expectativa. No primeiro turno, o candidato do partido, Maurício Dziedricki, conseguiu 13,68% dos votos, o que lhe garantiu o quarto lugar.

A percepção é de que os eleitores de Dziedricki, que cresceu ao longo da campanha e foi uma das surpresas da eleição, poderão ser o fiel da balança. Convencer aqueles que votaram em Raul Pont (PT) - o terceiro colocado, com 16,37% - e Luciana Genro (PSOL) - a quinta colocada, com 12,06% - será mais difícil.

Esses dois últimos partidos não manifestarão apoio a nenhum dos candidatos que seguem na disputa, e muitos de seus simpatizantes defendem o voto nulo no segundo turno. O PTB integra a atual administração municipal, liderada pelo prefeito José Fortunati (PDT). O mesmo ocorre com o PP, do vice de Marchezan, Gustavo Paim. O PSDB também estava no governo, mas saiu no fim do ano passado, quando decidiu lançar candidatura própria nesta eleição. O vice-prefeito, rival do tucano no segundo turno, cobiçou o apoio do PTB alegando que essa seria a escolha natural do partido.

O discurso da mudança - adotado tanto por Marchezan como por Dziedricki - acabou falando mais alto. "Temos uma excelente relação com o governo. Temos muito orgulho de fazer parte da administração e dos avanços que construímos. Precisamos avançar mais. Foi isso o que defendemos nas ruas da nossa cidade", disse o presidente municipal do PTB, Everton Braz. Segundo ele, foi importante para a decisão o fato de o PSDB ter aceitado incorporar em seu programa algumas propostas apresentadas por Dziedricki.

Uma delas é a ideia de abrir postos de saúde até às 22h. "Há afinidade no discurso e nas ideias, e a capacidade de transformação que a cidade precisa", avaliou Braz. "Por isso, com coerência, fizemos esta aliança." Embora o PTB ainda não fale em ter uma participação efetiva na futura gestão, também pesou o fato de a candidatura de Melo já ter 14 partidos sob seu guarda-chuva. Neste caso, portanto, seria um desafio maior atender aos interesses de mais seis legendas. Além do PTB, formalizaram apoio a Marchezan o PTB, PSC, PR, SD, PRP e PTdoB, que compuseram a coligação no primeiro turno com os petebistas.

No anúncio, Maurício Dziedricki também afirmou que, apesar de respeitar o governo atual e os projetos desenvolvidos até aqui, entende que a capital gaúcha precisa encontrar outro caminho, em que as novas ideias tenham um protagonismo maior. "O grande ganhador é o porto-alegrense", falou. Marchezan reforçou seu principal lema de campanha: que há um desejo de mudança latente entre a população. "A vida real de todos os brasileiros está ruim. E aqui em Porto Alegre também. Não estamos buscando culpados. Estamos buscando soluções novas, ideias novas, para a gente recomeçar muitas coisas, continuar outras e até parar algumas, quem sabe", disse.

O tucano ainda agradeceu a grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem pra Rua. Segundo o deputado federal, eles foram os responsáveis por "efetivamente incentivá-lo" a concorrer à prefeitura de Porto Alegre. "Foi quem me colocou na parede e disse que ia buscar os meios e ferramentas para construir uma candidatura viável", afirmou. Com o anúncio desta sexta-feira, Marchezan, do PSDB, tem agora o apoio do PP, PMB, PTC (que compõem originalmente sua coligação), PTB, PSC, PR, SD, PRP e PTdoB, além do PV, que já havia manifestado a decisão logo após o segundo turno. Já Melo, do PMDB, concorre coligado com PDT, PHS, PROS, PTN, PRTB, PRB, PSDC, PPS, PSB, PSD, DEM, REDE e PEN.

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