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Japonês da Federal foi procurado por marca de óculos, diz Daiello

Diretor da PF diz a policiais que é preciso tomar cuidado com a imagem das corporações e que prisão de Newton Ishii custou "caro" ao órgão

Eduardo Militão
postado em 17/10/2016 16:03
Diretor da PF diz a policiais que é preciso tomar cuidado com a imagem das corporações e que prisão de Newton Ishii custou O diretor geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, afirmou em seminário no Rio Grande do Sul que o agente Newton Ishii, o Japonês da Federal, foi procurado por um fornecedor de óculos escuros para que utilizasse os produtos de sua marca.

;Eu fiquei com medo de ele vender a imagem, abrindo uma coca-cola;, disse Daiello em evento da Polícia Civil gaúcha, em 13 de outubro em Gramado (RS). ;Todo mundo: ;Olha, o japonês toma coca-cola... Ofereceram óculos escuros para ele colocar.;

O diretor da PF falava da importância de os policiais cuidarem da imagem das corporações diante da sociedade. E citou o exemplo de Ishii para demonstrar que nem tudo está sob o controle das polícias. ;Quem imaginaria que o Japonês seria o personagem mais conhecido da polícia sem ter feito um monitoramento, uma análise, uma prisão?;, afirmou Daiello. ;Marchinha de carnaval, pedido de casamento... Fila na porta da Superintendência, tumulto, boneco em Olinda... As meninas, quando ele disse ;Não, já sou casado;, [disseram] ;Eu só quero namorar;. ;Não namoro;, ;Eu só quero sair;... Era assim.;


Daiello contou que as aparições de Ishii não foram planejadas e que ele trabalhava apenas porque havia uma ordem judicial para retomar o seu posto, apesar de ser réu na Justiça por parte da Operação Sucuri. Para o diretor geral, a população da imagem do Japonês se deveu à internet. ;A internet nos matou. Não foi o jornal, não foi a Rede Globo. Foram três fotos e dê-lhe internet nele. Chamei meu chefe de comunicação social: ;Por que eu não fiquei tão bonito como o Japonês, rapaz?;.;

Segundo o diretor geral, a imagem da PF ficou arranhada com a prisão de Ishii após uma condenação judicial. ;Cuidado com a imagem, senhores, porque nos saiu caro quando ele foi condenado;, afirmou Daiello aos policiais civis. ;Nos saiu caro quando nós o tiramos ele da escolta, porque cometemos o equívoco imaginar que a escolta do preso seria a coisa mais importante da operação, e foi, senhores. Isso é complexo.;

Hoje, Ishii continua trabalhando na PF. Ele foi condenado mas não cumpre detenção em regime fechado. Em entrevista ao Correio, o Japonês disse que pretendia se aposentar

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