Politica

Lava-Jato expande para outros estados e mira no PMDB

Operação deve mostrar se o Supremo e o foro privilegiado vão funcionar em relação aos políticos em tempos de megadelação da Odebrecht. Mais da metade das fases da investigação ocorreu em 2016

Eduardo Militão
postado em 15/01/2017 08:00

As ações ostensivas da Operação Lava-Jato dobraram de tamanho em 2016. Se nos dois primeiros anos do caso foram 24 fases para cumprir mandados de prisão, busca e conduções coercitivas, o número passou para 28 apenas em 2016. Ou seja, das 52 fases da investigação, 54% ocorreram no ano passado, em meio ao impeachment de Dilma Rousseff, à chegada do PMDB ao poder e às eleições municipais.

A Lava-Jato se tornou mais nacional no ano passado. Em 2014 e 2015, as ações se concentravam apenas no Paraná, com três operações ordenadas pelo Supremo Tribunal Federal em 2015, e uma única em Rondônia ; Crátons, que mergulhou no comércio ilegal de diamantes. Agora, mais cinco estados participaram das apurações, com destaque para o Rio de Janeiro e Goiás, que abriram novas frentes de apuração e ainda conseguiram reunir provas para impulsionar casos anteriores ; como desvios do bicheiro Carlinhos Cachoeira e da ferrovia Norte-Sul.

Para 2017, fontes ligadas ao caso avaliam que o alvo deve ser, principalmente, o PMDB, partido do presidente Michel Temer. São dois os motivos, disseram elas ao Correio nos últimos dias. O primeiro é que a delação da Odebrecht deve trazer à tona operadores que informarão o caminho do dinheiro a pessoas ligadas à sigla, sobre as quais havia informações preliminares, mas não como eram feitos os repasses de propina. O segundo é que os documentos e informantes sobre o PT já são abundantes e não necessitariam de novos dados, embora os executivos da Odebrecht, como Marcelo Bahia, possam confirmar o que já havia em relação a figuras como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, quem sabe, trazer informações adicionais.

O petista está encrencado com cinco ações penais relacionadas ao caso e a mais duas operações policiais. Para investigadores ouvidos, já há boas provas de posse oculta de imóveis de Lula. A delação da Odebrecht pode confirmar isso e ainda trazer elementos para ligá-lo, com mais convicção, a um grande esquema de desvios em estatais em troca de apoio político.

Outras delações devem esquentar o ano. Um dos empreiteiros que está em nova tentativa de fechar acordo é Léo Pinheiro, da OAS. O juiz Sérgio Moro autorizou que ele continuasse na Superintendência da PF em Curitiba, enquanto tenta outra negociação com os investigadores.

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