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Avião de Teori foi desenvolvido a partir de queda em que todos sobreviveram

King Air foi desenvolvido a partir de avião que sofreu acidente durante voo demonstrativo, lotado de militares, em que todos saíram caminhando da aeronave. A linha chegou a ser usada pelo presidente norte-americano Lyndon B. Johnson em 1966

Renato Alves
postado em 20/01/2017 11:42

O avião em que estava Teori era nova, nunca havia sofrido uma avaria.  Moderno o modelo da aeronave é considerado seguro

O avião que caiu na tarde desta quinta-feira (19/1) e matou cinco pessoas, entre elas o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), estava com a documentação em dia, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A aeronave prefixo PR-SOM, modelo Hawker Beechcraft King Air C90, é de pequeno porte e tem capacidade para oito pessoas.

A Anac informou que a documentação da aeronave estava regular. O certificado era válido até abril de 2022, e inspeção da manutenção (anual) estava válida até abril de 2017. A aeronave estava registrada no nome da empresa Emiliano Empreendimentos e Participações Hoteleira, que pertence a Carlos Alberto Fernandes Filgueiras. O Grupo Emiliano tem uma rede de hotéis de luxo, com uma unidade em São Paulo e outra no Rio. Filgueiras era amigo de Teori Zavascki.

[SAIBAMAIS]O avião em que estava Teori era nova, nunca havia sofrido uma avaria. Moderno o modelo da aeronave é considerado seguro. O King Air é um sucesso mundial de vendas, pois atende os mercados de alto poder aquisitivo norte-americano e europeu, compostos basicamente de pecuaristas, empresários e executivos que precisam de um tipo de transporte confortável e rápido, mas sem abrir mão da flexibilidade operacional para pousar e decolar em pistas curtas.

Estrutura e robustez

A história da Beech Aircraft Company iniciou em 1932, quando foi fundada por Walter H. e Olive Ann Beech. Em meados 1964, era lançado o famoso King Air.

Em 28 de agosto de 1958, foi registrado o primeiro voo da Beech Aircraft Queen Air, uma inspiração vinda do sucesso que foi o Bonanza e o seu ;irmão; Twin-Bonanza, que teve início de produção em 1949. Tratava-se de um bimotor que chamava atenção pela sua ótima estrutura e robustez.

O Twin-Bonanza conquistou os militares norte-americanos quando, em um acidente durante voo demonstrativo, lotado de militares, todos saíram caminhando da aeronave. Após o ocorrido, foram adquiridas 216 unidades das 994 produzidas, que, na visão do exército norte-americano, era um avião forte e seguro.

E o que o King Air tem a ver com um bimotor a pistão? Devido a sua falta de potência com motores a pistão e o fracasso do Queen Air 88 pressurizado, a Beechcraft necessitava de um avião versátil, forte e com potência o suficiente que pudesse ser pressurizado sem sofrer grande perda de performance.

Mesmas características

Daí veio a ideia do King Air, um avião com todas as características citadas acima, desenvolvido com uma combinação do Queen Air com a Pratt & Whitney Canada PT6A-6 . Este avião seria o modelo 87 baseado no Queen Air A80. Após 10 meses de testes, o King Air 87 seria entregue às Forças Armadas dos Estados Unidos.

Em janeiro de 1964, o modelo definitivo, batizado de King Air 65-90, alçou seu primeiro voo. O turboélice equipado com dois motores Pratt e Whitney PT6A-6 e pressurizado já causava desejo no mercado aeronáutico norte-americano, pois, no fim de janeiro, 152 aeronaves já haviam sido encomendadas e em outubro de 1964 era entregue a primeira encomenda.

Em 1966 depois de 112 modelos do 65-90, a Beechcraft fez algumas alterações e deu início a venda do 65-A90 com alterações nos motores, passando a ser a PT6A-20. Com o sucesso de produção, completando 206 aeronaves modelo 65-A90 em menos de dois anos, a Beechcraft mudou novamente. Dessa vez, para o modelo King Air B90, sendo que o primeiro foi produzido em 1968.

A Beechcraft produziu alguns modelos designados para as forças armadas, entre 1967 e 1971, mas todos eles sem o sistema de pressurização, chegando a 162 aeronaves.

Após outros modelos, entre eles o C90, surgiu um modelo com melhorias na parte de pressurização e motores, o King Air C90-1, que entrou em produção em 1982.

Confortável e rápido

O King Air B-200 nasceu no início da década de 1970, mas sob outra denominação, King Air 100 e posteriormente, na década de 1980, recebeu a denominação definitiva King Air B-200.

Para atender os mercados de alto poder aquisitivo norte-americano e europeu, compostos basicamente de pecuaristas, empresários e executivos que queriam e precisavam de um tipo de transporte confortável e rápido, mas sem abrir mão da flexibilidade operacional para pousar e decolar em pistas curtas, a fabricante Beechcraft disponibilizou a motorização Pratt & Whitney PT6-A com potência aumentada para 850 shp cada.

Na década de 1990, esse rico mercado passou a exigir mais e, como consequência natural, a Beechcraft colocou à disposição de seus clientes o Super King Air 350, com fuselagem ainda mais alongada para transportar confortavelmente 8 ou 10 passageiros, dependendo da configuração adotada, preservando as mesmas características de praticidade dos modelos anteriores, com flexibilidade para pousar e decolar em pistas curtas, sem perda de qualidade de voo.

King Air foi desenvolvido a partir de avião que sofreu acidente durante voo demonstrativo, lotado de militares, em que todos saíram caminhando da aeronave. A linha chegou a ser usada pelo presidente norte-americano Lyndon B. Johnson em 1966

Saiba mais sobre o King Air:

Mais de 7.200 aeronaves vendidas.

Essa aeronave é utilizada em diferentes tipos de operações, entre elas o serviço aeromédico que cumpre muito bem seu papel, ajudando a salvar vidas, não apenas no Brasil, mas também no mundo inteiro. Por exemplo, a guarda costeira do Japão utilizou o Super King Air 200T para salvar vidas no terremoto e tsunami, ocorrido em Tohoku, em Março de 2011.

É o avião mais popular na realização do serviço aeromédico. Sem dúvida pela sua grande eficiência e segurança.

O Super King Air vem sendo fabricado desde 1974, marcando a história com a maior produção contínua de turboélices, sendo que em 1996 sofreu uma alteração no nome e retiraram o termo ;Super;, ficando apenas King Air B200, B200GT, B300...

A linha King Air chegou a ser usada pelo presidente norte-americano Lyndon B. Johnson em 1966, modelo B90 com algumas modificações. Esta aeronave hoje está exposta no Museu de Wright-Patterson Air Force Base, em Ohio, Estados Unidos.

São mais de 60 milhões de horas voadas no mundo inteiro.

Com informações do Blog Helisul

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