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Presidente Michel Temer nega recuo na reforma da Previdência

Inicialmente, o presidente afirmava que não seria possível fazer alterações no texto enviado pelo governo, porque qualquer mudança poderia ter um impacto no ajuste fiscal previsto

Julia Chaib
postado em 06/04/2017 16:14
Diante da dificuldade para aprovar a matéria, sem votos suficientes, o governo decidiu ceder às sugestões de parlamentares
Após admitir mudanças em ao menos cinco pontos no texto original da reforma da Previdência, o presidente Michel Temer negou, na tarde desta quinta-feira (6/4), que tenha havido um recuo do governo na proposta. O presidente disse que autorizou a negociação de pontos enumerados pelo relator da reforma, Artur Maia (PPS-BA), em "obediência" ao Congresso Nacional e que "aparentemente" não haverá repercussão de natureza fiscal com a flexibilização da reforma.

Inicialmente, o presidente afirmava que não seria possível fazer alterações no texto enviado pelo governo, porque qualquer mudança poderia ter um impacto no ajuste fiscal previsto. Diante da dificuldade para aprovar a matéria, sem votos suficientes, o governo decidiu ceder às sugestões de parlamentares. Temer, porém, negou que tenha sido um recuo.

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"Prestar obediência ao que o Congresso nacional sugere, que é o centro das aspirações populares, não pode ser considerado um recuo", afirmou. "Estamos trabalhando conjugadamente. Nós mandamos um projeto completo para ser examinado pelo Congresso Nacional. E de lá, que é o foco das aspirações populares, nos trouxeram as observações e nós autorizamos as negociações", continuou.

[SAIBAMAIS]Apesar das mudanças, o governo não cedeu em um dos pontos mais polêmicos da reforma, que estabelece a idade mínima de 65 anos para aposentadoria. O governo ainda não divulgou o impacto orçamentário que as mudanças podem ter. "Nós vamos depois analisar as ponderações, para ver se haverá algum repercussão de natureza fiscal, aparentemente não. Mas isso vamos fazer depois", disse o presidente.

Temer participou de reunião com Maia e ministros da área nesta quinta-feira para tratar da proposta. Segundo o presidente, na ocasião, o relator levou de quatro a cinco pontos a serem negociados. "Um problema central é o da idade e a questão do trabalhador rural, e nos sensibilizamos com isso, de igual maneira, com o Benefício de Prestação Continuada, com os deficientes. Vimos logo seria inadequada que eles não tivessem o que tem hoje", justificou o presidente.

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