Politica

Políticos citados na "lista de Fachin" têm reações distintas

Enquanto Eliseu Padilha prefere o silêncio, outros ministros de Temer afirmam que confiam no Supremo Tribunal Federal

Matheus Teixeira - Especial para o Correio
postado em 12/04/2017 06:00
A divulgação da

Os oito ministros que são alvos de pedidos de abertura de inquérito do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reagiram de formas distintas à divulgação da lista dos investigados. Enquanto o homem forte da Esplanada, o titular da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que só se manifestará nos autos do processo, o ministro da Agricultura e Pecuária, Blairo Maggi, deu extensa explicação a respeito. O chefe das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, também preferiram não comentar o caso.
O ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), emitiu uma nota oficial em que diz confiar na Justiça. ;Ressalto que não tive acesso oficialmente às informações e que é necessário ter cautela com depoimentos de colaboradores, que não são provas. Reafirmo que os atos praticados em minhas campanhas foram realizados conforme a legislação;, garantiu. Blairo Maggi se disse constrangido por ter ;a honra e dignidade maculadas;, numa situação que, segundo ele, ;não sabe sequer do que é acusado;. ;Gostaria de esclarecer: não recebi doações da Odebrecht em minhas campanhas eleitorais; não tenho ou tive qualquer relação com a empresa ou seus dirigentes; tenho minha consciência tranquila, que nada fiz de errado;, disse o ministro da Agricultura.

O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, nega ter cometido irregularidades. ;Reafirmo que todos os recursos que recebi como doações para campanha em 2014 foram devidamente registrados junto à Justiça, que aprovou todas as contas;, disse. Ele também comentou o apelido referido a ele na planilha da construtora: ;Destaco minha estranheza com o codinome Cavanhaque. Em toda trajetória política, nunca usei cavanhaque;.

O chefe da pasta das Cidades, Bruno Araújo, é outro que se apressou em emitir uma nota para se defender. ;De acordo com a legislação eleitoral, solicitei doações para diversas empresas, inclusive a Odebrecht, como já foi anteriormente noticiado. O sistema democrático vigente estabelecia a participação de instituições privadas por meio de doações. Mantive uma relação institucional com todas essas empresas. Em todo o meu mandato, sempre atuei em prol de interesses coletivos. Atuei de acordo com a minha consciência.;

Congresso
O senador Jorge Viana (PT-AC) acredita que a divulgação da lista vai ;aprofundar a crise, com risco de paralisia institucional;. ;Sobre o envolvimento do meu nome e do governador Tião Viana, não há nenhuma denúncia de corrupção contra nós, mas questionamentos sobre a arrecadação da campanha em 2010;. O senador Dalírio Beber (PSDB-SC) se disse surpreso: ;Estou indignado, mas absolutamente tranquilo, pois minha consciência em nada me acusa;. Kátia Abreu (PMDB-TO) afirmou que ela e o marido, também citado na lista, são inocentes: ;Afirmo categoricamente que, em toda a minha vida pública, nunca participei de corrupção e nunca aceitei participar de qualquer movimento de grupos fora da lei;. José Serra (PSDB-SP) garante que nunca cometeu qualquer ilegalidade. ;A abertura do inquérito pelo Supremo Tribunal Federal servirá como oportunidade de demonstrar essas afirmações e a lisura de minha conduta.;

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) garante que é inocente. ;Mais uma vez confiarei que as investigações esclarecerão os fatos e, assim como das outras vezes, estou convicto de que o arquivamento será único desfecho possível para esse processo;, enfatizou. Outro petista na lista, o senador Humberto Costa (PT-PE) diz que está ;à disposição da Justiça; e que já abriu mão dos sigilos fiscal, bancário e telefônico. ;O senador, que espera a conclusão de inquérito aberto há mais de dois anos pelo Supremo, e para o qual a Polícia Federal já se manifestou em favor do arquivamento, aguarda o levantamento do sigilo dos novos documentos para ter acesso às informações necessárias à sua defesa.;

;Ressalto que não tive acesso oficialmente às informações e que é necessário ter cautela com depoimentos de colaboradores, que não são provas. Reafirmo que os atos praticados em minhas campanhas foram realizados conforme a legislação;
Gilberto Kassab, ministro de Ciência e Tecnologia

;Gostaria de esclarecer: não recebi doações da Odebrecht em minhas campanhas eleitorais; não tenho ou tive qualquer relação com a empresa ou seus dirigentes; tenho minha consciência tranquila, que nada fiz de errado;
Blairo Maggi, ministro da Agricultura e da Pecuária

;Destaco minha estranheza com o codinome Cavanhaque. Em toda trajetória política, nunca usei cavanhaque;
Helder Barbalho, ministro da Integração Nacional

;Sobre o envolvimento do meu nome e do governador Tião Viana, não há nenhuma denúncia de corrupção contra nós, mas questionamentos sobre a arrecadação da campanha em 2010;
Jorge Viana (PT-AC), senador

;A abertura do inquérito pelo Supremo Tribunal Federal servirá como oportunidade de demonstrar essas afirmações e a lisura de minha conduta;
José Serra (PSDB-SP), senador

;O processo vai comprovar que são falsas as citações dos delatores. Os inquéritos serão arquivados;
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara

;Nunca pisei na sede da Odebrecht. Essa foi minha quarta eleição com todos meus sigilos abertos, exatamente para me diferenciar dessa lambança em Brasília;
Ônix Lorenzoni (DEM-RS), deputado

;A Justiça brasileira tem maturidade e firmeza para apurar e distinguir mentiras e versões alternativas da verdade;
Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado

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