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Temer chega a Moscou, um dia após PF apontar indícios de corrupção

Nas redes sociais, o presidente publicou um vídeo que mostra a sua chegada de avião e seu recebimento no país

postado em 20/06/2017 08:43
A chegada de Temer na Rússia acontece um dia depois de a Polícia Federal apontar indícios de crime de corrupção passiva cometido por ele e por seu ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Rocha LouresO presidente Michel Temer chegou, no início da manhã desta terça-feira (20/6), a Moscou, onde participará, até amanhã, de uma série de encontros com o presidente russo, Vladimir Putin, com outras autoridades e empresários interessados em investir no Brasil. De lá, o presidente segue para a Noruega. O retorno ao Brasil está previsto para o dia 23.

;Acabei de chegar a Moscou. Vamos nos reunir com investidores e políticos, para abrir novos mercados e oportunidades ao Brasil;, disse Temer em sua conta no Twitter, assim que desembarcou, pouco antes das 7h (horário de Brasília).

Além do encontro com Putin, Temer se reunirá com o primeiro-ministro Dmitry Medvedev e os presidentes da Assembleia Federal da Rússia, Valentina Matvienko e Vyacheslav Volodin. Ele se encontrará também com investidores russos.

De acordo com o Palácio do Planalto, a agenda será voltada à captação de investimentos na área de energia. Temer também deverá explorar possibilidades em empreendimentos de ferrovias, portos e outras áreas de infraestrutura. Está prevista a assinatura de acordos bilaterais em setores como promoção de comércio e investimentos, intercâmbio cultural e consultas políticas.

O mercado agropecuário também deverá estar na pauta. Em 2016, o Brasil foi responsável por 60% das importações de carne da Rússia. A intenção é ampliar o acesso de produtos agropecuários e diversificar as exportações.

A Rússia é um dos principais destinos das exportações de produtos agropecuários brasileiros. A expectativa é de que, nas reuniões, o Brasil e a Rússia elevem o intercâmbio ao patamar de US$ 10 bilhões anuais. Em 2016, o comércio bilateral somou US$ 4,3 bilhões. Entre janeiro e maio de 2017, os dois países já comercializaram US$ 2,1 bilhões, valor 42% maior que o registrado no mesmo período de 2016.

Noruega


[SAIBAMAIS]Na Noruega, o foco será o meio ambiente. O país já repassou ao Fundo Amazônia, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 2,8 bilhões, e mantém-se como o maior financiador da iniciativa. Atualmente, são 89 projetos em áreas como combate ao desmatamento, regularização fundiária e gestão territorial e ambiental de terras indígenas. Além disso, a Noruega é o oitavo maior investidor estrangeiro no Brasil, com presença no setor de energia.

Estão agendadas reuniões com o rei Harald V, com a primeira-ministra Erna Solberg e com o presidente do Parlamento, Olemic Thommessen.

Mercosul


O Mercosul - bloco formado pela Argentina, o Brasil, Paraguai e Uruguai - também será tema das reuniões. O Brasil acaba de concluir a primeira rodada de negociações para um acordo entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio, da qual fazem parte, além da Noruega, a Islândia, o Liechtenstein e a Suíça. Segundo o porta-voz, na viagem Temer renovará o interesse do Brasil no acordo de livre comércio entre os blocos. Além disso, deverá tratar da aproximação entre o Mercosul e a União Econômica Eurasiática, integrada pela Rússia, Armênia, Belarus, o Cazaquistão e Quirguistão.

PF vê indícios de corrupção

A chegada de Temer na Rússia acontece um dia depois de a Polícia Federal apontar indícios de crime de corrupção passiva cometido por ele e por seu ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) no inquérito aberto com base na delação do empresário Joesley Batista, do Grupo J - controlador da JBS.

A decisão de manter a viagem, em meio à crise política, é uma tentativa de passar uma mensagem de normalidade dentro do governo. Temer tem uma agenda de quatro dias na Rússia e na Noruega, onde deve tratar sobre comércio, investimentos e cooperação. Enquanto na primeira parada a agenda será eminentemente econômica, na segunda ele deverá ouvir críticas a medidas aprovadas pelo Congresso Nacional que reduzem as áreas de preservação ambiental.
*Com informações da Agência Estado

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