Um relatório preliminar elaborado pela Polícia Federal afirma haver evidências de que o presidente Michel Temer praticou corrupção passiva com seu ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures.
Segundo um trecho do documento, divulgado pelo Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (20/6), "resultam incólumes as evidências que emanam do conjunto informativo formado nestes autos, a indicar, com vigor, a prática de corrupção passiva".
Para a Polícia Federal, Temer "valeu-se da interposição" de Loures para aceitar "promessa de vantagem indevida, em razão da função. Loures é acusado da mesma prática.
Também são citados no relatório preliminar Joesley Batista, um dos donos da JBS, e Ricardo Saud, executivo do grupo que controla o frigorífico. Eles teriam cometido o crime de corrupção ativa.
Para a PF, a menção a "presidente" em conversas entre Loures e Saud deixam claro que as propinas negociadas beneficiariam o presidente da República.
Advogado critica
Ontem, a PF pediu cinco dias ao ministro Edson Fachin para finalizar as investigações e apresentar o laudo da perícia das gravações de conversas feitas por Joesley Batista, um dos donos da JBS. A polícia aguarda esse resultado para concluir se houve também o crime de obstrução de Justiça.
Após a conclusão do inquérito, caberá a Janot decidir o que fazer. A expectativa é que Temer e Loures sejam denunciados pela PGR até a semana que vem.