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Mario Bonsaglia, Nicolao Neto e Raquel Dodge formam a lista tríplice da PGR

Apesar de não haver obrigação jurídica de o presidente escolher um dos nomes para ser o chefe do MPF, a tradição é que o indicado venha da lista indicada pela ANPR

Natália Lambert, Renato Souza
postado em 27/06/2017 18:12
Apesar de não haver obrigação jurídica de o presidente escolher um dos nomes para ser o chefe do MPF, a tradição é que o indicado venha da lista indicada pela ANPR
Com uma votação recorde na história do Ministério Público Federal (MPF), na qual mais de 1.100 procuradores da República de todo os país votaram, os três nomes que serão indicados pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) para o presidente Michel Temer em substituição ao atual Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, são: Nicolao Dino, Raquel Dodge e Mario Bonsaglia.
Apesar de não haver obrigação jurídica de o presidente escolher um dos nomes para ser o chefe do MPF, a tradição é que o indicado venha da lista indicada pela ANPR.
A votação começou às 9 horas da manhã, e logo após às 18 horas o resultado já era conhecido. O nome mais apontado como a escolha de Temer por fontes ligadas ao Ministério Público era de Raquel Dodge. Ela tem um posicionamento de mudanças na forma como vem sendo conduzida a Operação Lava Jato. No entanto, os votos revelaram uma reviravolta nas expectativas.

O procurador Nicolao Dino aparece em primeiro lugar na lista, com 621 votos entre os mais de 1.300 votantes. Ele não é um perfil que agrada o presidente Michel Temer. Também vice-procurador-geral eleitoral, ele defendeu a tese que permitia a cassação da chapa Dilma Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A candidata Raquel Dodge recebeu 587 votos e o terceiro colocado na lista, o subprocurador-geral Mário Luiz Bonsaglia foi a escolha de 564 eleitores. O presidente Michel Temer não é obrigado a escolher nenhum dos nomes que aparecem na lista. A ordem dos nomes por maioria de votos também não precisa ser seguida. No entanto, a escolha dos integrantes do Ministério Público é respeitada desde 2003, quando esse mecanismo foi criado. O primeiro da lista também é o escolhido pelo presidente da República desde a época.

Perfil dos candidatos à vaga

Mario Luiz Bonsaglia

Bonsaglia ingressou no MPF em 1991, ocupa o cargo de subprocurador-geral da República, com designação para atuar em feitos criminais da 5; e 6; Turmas do STJ e em sessões da 2; Turma, de direito público. Atualmente é conselheiro e vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal (biênios 2014-2016 e 2016-), bem como Coordenador da 7; Câmara de Coordenação e Revisão (biênios 2014- 2016 e 2016-), que trata do Sistema Prisional e Controle Externo da Atividade Policial. Já atuou como conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público. É Doutor em direito do Estado pela Universidade de São Paulo.

Nicolao Dino Neto

Dino é natural de São Luís (MA),e, atualmente, é subprocurador-geral da República e vice-procurador-Ggral eleitoral. Atuou no Conselho Nacional do Ministério Público como conselheiro e presidente da Comissão de Planejamento Estratégico e Acompanhamento Legislativo. Foi membro suplente da 2; e 4; Câmaras de Coordenação e Revisão, coordenou a Câmara de Combate à Corrupção do MPF, foi diretor-geral da ESMPU,

Secretário de Relações Institucionais do MPF, Procurador Regional Eleitoral, Procurador Regional dos Direitos do Cidadão e Procurador-Chefe da Procuradoria da República no Maranhão. É mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco e professor da

Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB).

Raquel Elias Ferreira Dodge

Raquel é subprocuradora-geral da República e oficia no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em matéria criminal. Integra a 3; Câmara de Coordenação e Revisão, que trata de assuntos relacionados ao Consumidor e à Ordem Econômica. É membro do Conselho Superior do Ministério Público pelo terceiro biênio consecutivo. Foi Coordenadora da Câmara Criminal do MPF, membro da 6; Câmara, Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão Adjunta. Atuou na equipe que redigiu o I Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil, e na I e II Comissão para adaptar o Código

Penal Brasileiro ao Estatuto de Roma. Atuou na Operação Caixa de Pandora e, em primeira instância, na equipe que processou criminalmente Hildebrando Paschoal e o Esquadrão da Morte. É Mestre em Direito pela Universidade de Harvard.

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