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Cunha Lima: relatório de Zveiter pode marcar início do fim do governo Temer

"Estamos diante de um governo sem nenhum apoio das ruas, com a mais baixa popularidade da história e que se sustenta, unicamente, com o apoio que mantém no Congresso', declarou o presidente em exercício do Senado

Paulo de Tarso Lyra
postado em 07/07/2017 16:09
Senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
O presidente em exercício do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), afirmou nesta sexta-feira (7/7) que o relatório que será apresentado pelo deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) na próxima segunda-feira na Comissão de Constituição e Justiça poderá marcar o início do fim do governo de Michel Temer.

Para Cássio, se o texto elaborado pelo parlamentar do PMDB autorizar a abertura do processo de investigação por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer, este perderá o resto de apoio político que tem na Casa. "Estamos diante de um governo sem nenhum apoio das ruas, com a mais baixa popularidade da história e que se sustenta, unicamente, com o apoio que mantém no Congresso", declarou.

Um dos defensores do desembarque do PSDB da atual gestão, Cássio afirmou que é preciso, neste momento, respeitar a posição dos deputados que estão na linha de frente da votação do processo na Câmara. O tucano paraibano lembrou que seis dos sete integrantes do PSDB na CCJ apoiam a abertura do processo de investigação e que essa maioria deve se repetir quando o tema for discutido no plenário da Casa: "Se fóssemos ouvir a voz rouca das ruas e a pressão da nossa base, já teríamos deixado o governo. Estamos pagando um preço muito alto por apoiar um governo impopular".

Questionado quanto às declarações do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, de que este não seria um momento oportuno para abandonar o governo Temer, Cássio respondeu: "não estamos abandonando o governo. Mas o que não podemos é abandonar o país", afirmou ele, acrescentando que o momento que poderá ser oportuno para o desembarque seria após a votação da Reforma Trabalhista no Senado: "Entre apoiar os deputados e ficar com o conforto dos cargos, eu prefiro apoiar os deputados".

Ele também brincou que foi parcialmente mal entendido na conversa reservada que teve com investidores, na qual teria dito que dentro de 15 dias o país teria um novo presidente. "Essas conversas são feitas com o compromisso da confidencialidade. Descobrimos, assim, que nem naqueles responsáveis por cuidar do dinheiro nós podemos confiar", ironizou.

Cássio acrescentou, contudo, que, além do processo na Câmara, que deve se concluir nos 15 dias ditos por ele aos investidores, ainda haveria uma etapa posterior no Supremo Tribunal Federal (STF) para definir se Temer é ou não afastado por até 180 dias para ser investigado. "Quem sou eu para me arvorar como ministro do Supremo para tomar uma decisão dessas", concluiu.

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