Politica

Senadores criticam rejeição de Maia a MP para alterar reforma trabalhista

Tanto membros da oposição quanto de apoio a Temer se mostram revoltados com resistência de Maia. MP foi uma promessa de Temer à sua base para aprovar a reforma na terça-feira

Natália Lambert
postado em 12/07/2017 10:46
Tanto membros da oposição quanto de apoio a Temer se mostram revoltados com resistência de Maia. MP foi uma promessa de Temer à sua base para aprovar a reforma na terça-feira
A declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que não aceitaria nenhuma medida provisória que alterasse a reforma trabalhista aprovada ontem no Senado é o assunto mais comentado nos corredores do Congresso na manhã desta quarta-feira (12/7), provocando críticas tanto da oposição quanto de parlamentares que apoiam Temer. Houve até mesmo quem visse na posição do deputado carioca a ambição de substituir Temer no Planalto.

[SAIBAMAIS]A promessa de envio de uma MP à Câmara alterando alguns pontos da lei foi uma promessa feita pelo presidente Michel Temer a senadores da base aliada para conseguir a aprovação da reforma. No entanto, pouco depois de o Senado votar, Maia disse que não concordava com a promessa feita pelo atual ocupante do Planalto. ;A Câmara não aceitará nenhuma mudança na lei. Qualquer MP não será reconhecida pela Casa;, afirmou pelo Twitter no início da madrugada de quarta.

"Imaturidade"


A rebeldia de Maia . Antes de Dodge ser chamada à mesa, senadores criticam a declaração de Maia. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) pediu ao presidente da comissão, Edison Lobão (PMDB-MA), que envie o acordo firmado entre o presidente da República e a base aliada. ;Havia um acordo entre os senadores, a base e o presidente. Hoje, o presidente da Câmara deu entrevistas dizendo que não vai cumprir isso e afirmou que não participou de nenhum acordo. Não podemos aceitar isso;, afirmou.
Lobão, por sua vez, se mostrou muito irritado com a postura de Maia: ;Participei, pessoalmente, deste acordo. Assinei o documento junto com o relator e líder do governo, Romero Jucá, e não aceito que não se cumpra aquilo que foi acordado aqui;, garantiu o presidente da comissão.

O questionamento da senadora estimulou o comentário de vários colegas sobre o tema. ;Só tenho a lamentar o pronunciamento. O presidente da Câmara não pode barrar uma MP enviada pelo presidente da República. Ele sequer vota. A MP será analisada pelo Congresso Nacional. Ele não tem poder para barrar acordos entre a base a Presidência;, comentou Simone Tebet (PMDB-MS). ;Me parece uma manifestação de quem já se vê na cadeira de presidente da República. O que revela a imaturidade do presidente da Câmara;, completou Armando Monteiro (PTB-PE).

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