Politica

Temer não deve resistir a uma nova denúncia de Janot, avalia especialista

Professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) Pablo Holmes foi o entrevistado desta quarta-feira do programa CB Poder

postado em 12/07/2017 21:22
Presidente da República, Michel Temer
Denunciado por corrupção passiva pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer luta para conseguir barrar uma investigação contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF), que culminaria no seu afastamento da Presidência da República. Graças a uma série de manobras no Congresso, o peemedebista deve conseguir se manter no cargo. Mas Janot já manifestou a intenção de apresentar uma outra denúncia. E a essa, Temer não deve resistir. Pelo menos na avaliação do professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) Pablo Holmes que foi entrevistado nesta quarta-feira (12/7) pelo programa CB Poder, da TV Brasília, em parceria com o Correio. Você pode assistir à entrevista na íntegra no final desta reportagem.

"Embora ele possa ter chances na primeira, talvez o tempo e o custo de permanência fiquem muito alto e o sistema político pode não aguentar mais e decidir, em consenso, pela sua saída. Seriam duas votações [para decidir a admissibilidade da denúncia], os custos seriam muito altos e talvez os deputados não estejam dispostos a pagar", avaliou.
Professor de Ciência Política da UnB Pablo Holmes é entrevistado no programa CB Poder
Ainda no programa, o cientista político opinou sobre a diminuição nos protestos pelo país, apesar da insatisfação dos eleitores com o governo Temer (conforme mostrou uma pesquisa encomendada com exclusividade pelo Correio). "Quando o governo passado caiu, houve uma fragmentação. Hoje, há muitas pautas divergentes, mesmo entre os que apoiaram o impeachment. Me parecem que eles não se entendem mais e têm dificuldade de se identificar com as pautas que, hoje, são da oposição, como uma posição contrária às reformas trabalhista e previdenciária", pontuou.

Por fim, Holmes disse que apesar de funcionar bem em países mais ricos, o sistema parlamentarista poderia não dar certo no Brasil e afirmou que, apesar de importante, uma reforma política não resolveria todos os problemas do país: "o problema não é só do sistema político. O problema é da sociedade. Um sociedade muito desigual, em que poucos têm muito poder e muitos não têm poder nenhum".

Confira a entrevista na íntegra:

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