Politica

'Áudio de Joesley certamente já arranhou imagem do STF', diz corregedor

João Otávio de Noronha ressaltou que não acredita que qualquer ministro do Supremo esteja envolvido em irregularidades no caso

Agência Estado
postado em 05/09/2017 14:45
O corregedor nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, disse nesta terça-feira (5/9) que certamente a imagem do Supremo Tribunal Federal (STF) já está arranhada em meio a menções de delatores do grupo J à Corte.

Nos novos áudios da delação de executivos da J entregues à Procuradoria-Geral da República (PGR), obtidos pela revista Veja, os delatores Joesley Batista e Ricardo Saud falam sobre "dissolver" o Supremo."Certamente (isso) já arranhou (a imagem do Supremo)", disse Noronha, que atua no CNJ ao lado da ministra Cármen Lúcia, que preside o conselho e o STF.

O corregedor, no entanto, ressaltou que não acredita que qualquer ministro do STF esteja envolvido em irregularidades no caso. "Nossa Corte é composta dos homens e mulheres mais dignos deste país", afirmou.

Delação


Para o corregedor, a delação premiada passou a ser um "instituto universal", que visa à obtenção de "informações necessárias para a apuração dos crimes ocorridos no país".

[SAIBAMAIS]"O gerenciamento da delação premiada é muito importante. Por exemplo, não é razoável você pressionar alguém a delatar. Não é razoável prender pra delatar. Não sei se isso aconteceu, acontece. Não tenho caso concreto que alguém foi pressionado", disse Noronha.

"O Delcídio (o ex-senador Delcídio do Amaral) delatou um monte de gente e não está provando. Isso desmerece a delação premiada? Ele pode perder os benefícios. Uma coisa é delação, outra coisa é comprovação dos fatos", continuou o corregedor.

Em alegações finais enviadas à Justiça, o Ministério Público Federal, no Distrito Federal, pediu que Delcídio perca os benefícios assegurados no acordo de colaboração premiada. A Procuradoria da República afirma que o ex-parlamentar mentiu sobre fatos que levaram à abertura de ação penal contra sete pessoas.

"Eu quero que o Brasil seja passado a limpo, seja o pequeno, o médio, o grande. E que a Justiça seja a mesma para todos. Só isso", concluiu Noronha.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação