Politica

Eike Batista propõe pagar multa de R$ 55 milhões em acordo de delação

Valor do ressarcimento prometido por Eike será mais alto do que a fiança de R$ 52 milhões que pagou à 7ª Vara Federal Criminal do Rio

Agência Estado
postado em 12/09/2017 08:17
A delação de Eike está para ser homologada, nas próximas semanasO empresário Eike Batista ofereceu o pagamento de multa de cerca de R$ 55 milhões à Justiça no acordo de delação premiada que está para ser homologado pelo Supremo Tribunal Federal nas próximas semanas. O valor seria uma espécie de "ressarcimento" por toda a propina que Eike teria pago a agentes públicos. A Lava Jato do Rio identificou, na Operação Eficiência, que Eike teria repassado US$ 16,5 milhões ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), supostamente para obter vantagens indevidas nos negócios

O valor do ressarcimento prometido por Eike será mais alto do que a fiança de R$ 52 milhões que pagou à 7; Vara Federal Criminal do Rio. O empresário tem ainda R$ 88 milhões em espécie, além de imóveis e carro, bloqueados em outros processos, que correm na 3.; Vara Federal Criminal do Rio. O fundador do Grupo X cumpre prisão domiciliar e está afastado da administração direta de seus negócios. No seu interrogatório na Justiça no fim de julho, Eike não quis responder se havia pago propina ao ex-governador.

[SAIBAMAIS]"Quero colaborar 100% com a Justiça. É o meu dever. Sobre essa questão (suposto pagamento de propina a Cabral), a recomendação dos meus advogados neste instante é ficar em silêncio", disse ele na ocasião ao juiz Marcelo Bretas, da 7.; Vara Federal Criminal. Já Cabral declarou a Bretas que a única vez em que pediu ao empresário recursos de seu "interesse pessoal" foi em 2010, supostamente para a campanha daquele ano. Segundo o peemedebista, ficou acertado em reunião na casa de Eike um pagamento entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões. Cabral negou, no entanto, ter recebido propina do empresário.

A delação de Eike está para ser homologada, nas próximas semanas, pelo STF. O processo corre do Tribunal por causa do foro privilegiado que alguns delatados por Eike têm.

O advogado de Eike, Fernando Martins, disse que só se pronunciará oficialmente após a homologação do acordo. Já a força-tarefa da Lava Jato no Rio afirmou que "não comenta delações". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação